Das 449 mil famílias beneficiadas pelo programa social
Bolsa Família no Estado do Piauí, mais de 15 mil devem providenciar atualização
de dados junto ao Governo Federal até o ultimo dia do ano, 31 de Dezembro, em
qualquer Centro de Referência em Assistência Social de todos os municípios
piauienses.O Estado do Piauí é responsável pela
movimentação de quase R$ 77 milhões ao mês apenas com a renda do programa.O recadastramento deve ser feito com a posse dos
documentos pessoais, como RG, CPF e comprovante de residência, além de serem
mencionadas todas informações relevantes sobre todos os membros da família e
aumento de renda devem ser mencionados. A medida garante que essas pessoas
continuem asseguradas pelos programas sociais do Governo Federal.No Estado do Piauí, a meta para atualização de dados
é de 48.630 famílias, mas 60% deste número já foi alcançado até agora, com a
atualização dos dados de 32.375 famílias.Mesmo tendo uma adesão em número expressivo, nos últimos 10 anos de
programa, 40.764 famílias deixaram o programa espontaneamente. Já entre 2012 e
2013, 19 mil foram retiradas do programa no Piauí por incompatibilidade de
critérios, identificados a partir de auditorias realizadas pelo Ministério do
Desenvolvimento Social.De acordo com o
coordenador do Programa Bolsa Família no estado, Roberto Oliveira, os motivos
relacionados às desistências e remoções são positivas, como o crescimento da
renda per capita dessas famílias.“Através
do cruzamento de dados dessas famílias no Ministério do Trabalho e Em-prego,
Previdência Social e Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores),
descobrimos que em geral, essas pessoas conseguiram empregos de carteira assinada,
outros benefícios e até mesmo adquiriram veículos motorizados, demonstrando a
melhora na condição de vida, suficiente para sair do grupo coberto pelo Bolsa
Família, que é ter uma renda de até meio salário mínimo por pessoa”.Trajetória derruba mitos sobre o Bolsa Família
“As mulheres vão
ter mais filhos para receber mais dinheiro do governo”. “As pessoas vão deixar
de trabalhar para viver de benefício social”. “É claro que as famílias vão
gastar mal o dinheiro”. Quando o Bolsa Família nasceu, crenças como essas eram
comuns en- tre aqueles que não acreditavam no programa.
Hoje, porém, ele
completa dez anos colecionando bons resultados e aclamado pela comunidade
internacional como um dos mais bem-sucedidos programas sociais do mundo.
Estudos científicos
e pesquisas revelam que, mais do que aliviar a pobreza monetária, o Bolsa
Família alcançou impactos notáveis na saúde, na educação, na segurança
alimentar e nutricional de milhões de brasileiros e brasileiras.
A própria
trajetória de mudança nas vidas dessas pessoas tratou de derrubar, um a um, os
mitos que rondavam o Bolsa Família no seu nascimento. Histórias como a de
Samuel Rodrigues, 27 anos, morador de Belo Horizonte (MG), e a de Odete
Terezinha Dela Vechio, 45 anos, de Guaíba (RS). Ele, ex-flanelinha.
Ela, uma
carpinteira. Dois brasileiros que venceram a pobreza com a ajuda do maior
programa de transferência de renda do país e cujos exemplos ilustram como as
crenças negativas contra o Bolsa Família revelaram-se meros preconceitos
infundados.
De flanelinha a
empresário
Todos os dias,
Samuel Rodrigues, 27 anos, acorda às 5h30 da manhã, escolhe uma calça jeans e
uma camiseta básica preparadas na véspera e senta-se à mesa com a mulher, Ana
Cristina, que tem a mesma idade do marido.
Depois, desperta o
filho Taimon, de três anos, e prepara-se para uma nova jornada. O carro popular
ano 2011, à porta, simboliza o progresso que ele conquistou e, ao mesmo tempo,
uma aposta em um futuro ainda mais próspero.
Ex-beneficiário do
Programa Bolsa Família, Samuel exibe com orgulho, por onde anda, fotocópias de
cartazes de sua empresa, um lava a jato móvel: Samuca Lavacar – Higienização
Automotiva.
“Minha proposta é
levar à casa do cliente a mesma qualidade dos serviços de um lava a jato
convencional e por um preço mais em conta”, explica. Ele é um dos 350 mil
microempreendedores individuais brasileiros, oriundos do Bolsa Família, que
hoje incrementam a economia formal do país.
O exemplo do
ex-flanelinha – que já foi garçom, motorista, ajudante de pedreiro e embalador
em supermercados – derruba um dos mitos mais comuns do Bolsa Família: o de que
o benefício mensal estimula o “efeito preguiça”, levando seus beneficiários à
acomodação.
Segundo o Censo
2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 75,4% dos
beneficiários do Bolsa Família trabalham. Desde o lançamento do programa, em
2003, 1,7 milhão de brasileiros deixaram de receber o benefício por não
precisar mais da ajuda do governo.
Fonte: Samira
Ramalho