Os dados, que estão na apresentação feita por Tombini no exterior, divulgados pelo Banco Central, mostram que o real se valorizou (com queda do dólar na mesma proporção) em 12% desde o final do mês de agosto, enquanto que outras moedas subiram menos.
Tombini informou, em sua apresentação feita em Singapura, que o programa tem sido "bem sucedido e contribuído para conferir previsibilidade na oferta de proteção cambial aos agentes econômicos durante esse período de transição da economia internacional".
Intervenções no mercado de câmbio
Nesta terça-feira (22), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que o Banco Central está operando "cada vez menos" no mercado de câmbio após a sinalização do Federal Reserve (BC norte-americano) de que a retirada dos estímulos monetários demorará um pouco mais para se concretizar.
"O mercado já pode operar de forma quase automatica. Isso [postergação da retirada de estímulos por parte do Fed] acalmou o mercado, que pode caminhar para equilíbrios cambiais quase satisfatórios. O BC saberá regular isso. Pode intervir mais, pode intervir menos. Saberá regular isso adequadamente", afirmou Mantega na ocasião.
Logo após a decisão do Federal Reserve de manter o ritmo do programa de estímulo monetário, ocorrida em meados de setembro, Mantega informou que isso poderia levar o Banco Central brasileiro a diminuir a intensidade da intervenção no mercado de câmbio.
Posteriormente, entretanto, a autoridade monetária informou que o programa de venda de contratos de "swap cambial" e de dólares, com compromisso de recompra, seria mantido. As informações desencontradas geraram oscilações no mercado de dólar.
Política de juros 'vigilante'
O presidente do BC também reafirmou, em Singapura, que a política monetária (definição da taxa de juros) deve se manter "especialmente vigilante, de modo a mitigar riscos à frente e contribuir para o declino da inflação no horizonte relevante do regime de metas". A afirmação já constava na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na semana passada.
Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente. Em doze meses até setembro, o IPCA somou 5,86%. Em 2011 e 2012, somou 6,5% e 5,84% - patamar distante da meta central.
O próprio Banco Central previu, no relatório de inflação divulgado no fim de setembro, um IPCA próximo de 6% em todos os quatro anos do governo Dilma Rousseff. O presidente da instituição, Alexandre Tombini, tem se comprometido somente com a queda da inflação neste ano, frente ao patamar de 2012 (5,84%) e, também, em 2014.
Fonte: www.meionorte.com