Header Ads

Publicidade

Equipe de Duda Mendonça está mesmo interessada na campanha do governador Zé Filho?

Será se a equipe do publicitário Duda Mendonça está mesmo interessada na campanha do governador Zé Filho (PMDB), ou veio ao Piauí somente para ganhar dinheiro com as eleições? É sabido, Duda não entra num projeto sem antes analisar onde está pisando. Há sempre um estudo do contexto histórico político do local onde será a campanha eleitoral. Também há o levantamento do perfil dos candidatos e do eleitorado para definir as reais chances durante a eleição daquele nome para quem o marqueteiro irá trabalhar. O diagnóstico é frio e repassado ao pretenso candidato.
As decisões do “mago”, rótulo atribuído a ele, sempre são balizadas em pesquisas qualitativas, as “quali”, como ele gosta de chamar. Seja para realizar os programas eleitorais, seja para nortear os debates políticos na televisão. Último deles, no Fogo Cruzado, da TV Antena 10, essas pesquisas, no entanto, não foram usadas. Essa medição da receptividade do telespectador que é feita no decorrer do embate, serve para orientar o candidato sobre sua performance durante os intervalos do confronto. Geralmente são rápidas e certeiras.
A ausência dessa orientação, porém, suscita o levantamento do seguinte questionamento. Será que Duda Mendonça não está gastando pouco na campanha de Zé Filho, ou sua confiança está tamanha, como evidenciam informações de bastidores, sobre como o marqueteiro avalia o cenário atual, que alguns recursos disponíveis foram descartados? A plasticidade do programa de Zé Filho, mais ao estilo SBT do que ao padrão Globo, é baseada em pesquisas qualitativas, para atender a um interesse da cultura local, ou também reflete a falta de dinheiro para torná-lo melhor?
ze? e duda.jpg
ESTADOS ONDE DUDA MENDOÇA ESTÁ ATUANDO
Em um rápido levantamento evidencia que o marqueteiro está atuando em campanhas de candidatos ao governo em pelo menos outros três estados, além do Piauí, muito dispares entre si. A equipe de Duda, que possui três escritórios em São Paulo, está trabalhando nas campanhas do empresário Paulo Skaf (PMDB), no estado paulista; de Sandoval Cardoso (SDD), no Tocantins e de Delcídio Amaral (PT), no Mato Grosso do Sul. Em todos estes estados os programas eleitorais são plasticamente mais bonitos e criativos, guardadas as peculiaridades e cultura de cada lugar.

Nos bastidores, Duda Mendoça, acredita na vitória do governador Zé Filho. Acha que ele tem grandes chances de ser eleito e avalia que até o dia 15 de setembro, o candidato à reeleição chegará a um patamar de 35% das intenções de votos nas pesquisas, isso se não ultrapassar esse índice percentual. Para tanto vem apostando num programa eleitoral propositivo, com ideias copiadas de outros estados e que dão certo nos respectivos lugares. Como o programa do leite, que apenas foi adaptado às necessidades do Piauí.
duda.jpg
A plasticidade dos programas, no entanto, embora trazendo ideias que gerem discussões nos lares e nas ruas, vem sendo alvo de críticas dos concorrentes. Um dos profissionais responsáveis, Dante Matiussi, chegou a dizer que estão fazendo somente o “óbvio”, mas que esse “óbvio” tem razão de ser e não é feito de forma aleatória. O programa é voltado para o povo, para o eleitorado piauiense. O que o homem de frente da equipe de Duda no Piauí procurou passar é que a simplicidade da forma, associada a um conteúdo forte, estão gerando discussões e devem trazer o efeito esperado. O que é bom, na visão dele. O próprio governador Zé Filho, que vem gostando dos programas, revelou que tudo é fruto de muito trabalho e pesquisa. “Estão excelentes os programas”, resumiu.
SIGILO ABSOLUTO
Mas até mesmo o grupo de elite do comitê político eleitoral do governador Zé Filho só assiste aos programas ou sabem detalhes sobre sua elaboração depois de pronto. Há um sigilo absoluto a respeito do que está sendo feito. Daí, então eles são apresentados para o grupo responsável pelas decisões finais, formado além do próprio governador, pelo candidato à vice Sílvio Mendes (PSDB), o candidato ao Senado Wilson Martins (PSB) e o prefeito Firmino Filho (PSDB). Se houver necessidade de alguma mudança é feita imediatamente e só depois está pronto para ir ao ar.
O trabalho da equipe de Duda Mendonça segue alguns rituais. Nos estados em que está atuando, ele envia membros do seu escritório, faz parcerias com produtoras locais para a elaboração e coleta do material. Monta um estúdio e compra equipamentos que julga ser necessários.
No Piauí, quem está responsável por cair em campo materializando a criação do publicitário baiano é a América Três, de propriedade dos filhos do Coordenador de Comunicação do Estado Tony Trindade, Itamir e Tiago Trindade. Em território piauiense, além de Dante Matiusse, está também outro nome da equipe de Duda, o fotógrafo e diretor de cena Robério Braga. Um terceiro membro a atuar na campanha do candidato peemedebista é o diretor de Arte Tarcisio Dantas.
No estado do Mato Grosso do Sul, a equipe de Duda Mendonça foi a responsável por fazer o programa eleitoral de Delcídio Amaral para o Senado em 2010. E volta agora para fazer a campanha ao governo do estado do petista. Lá ele se sai muito bem. É favorito. O primeiro programa levado ao ar foi emotivo. Mostra um Delcídio maduro, emocional e consciente do que deve fazer, que se deixa ir às lágrimas. Duda é próximo de Amaral.
Em Tocantins tocam o projeto do candidato pelo Solidariedade, Sandoval Cardoso, que assumiu o governo há pouco mais de quatro meses, a exemplo de Zé Filho, e já procura mostrar suas realizações no pouco tempo à frente do Executivo, além de apresentar suas propostas caso seja reeleito. Lá, ajuda a equipe de Duda a agência Public. No Tocantins Duda também foi responsável pela eleição do governador Siqueira Campos (PSDB) em 2010. Há um elo com o estado.
Na época Duda foi ao Tocantins acompanhar pessoalmente a apuração dos votos. “Essa vitória de Siqueira é maravilhosa. Sou muito emocional e das campanhas que fiz na minha vida, essa foi a mais emocionante. Acabei me envolvendo muito mais do que um profissional. De repente larguei tudo e vim para Tocantins para torcer por ele”, declarou após consagrada a eleição. No Piauí, Duda tem mantido a discrição. As informações sobre sua vinda ao estado são desencontradas. O vice Sílvio Mendes disse que o marqueteiro virá ao estado daqui a 15 dias. “Ele não veio ainda aqui não”, falou.
Em São Paulo Duda Mendonça trabalha no projeto da eleição de Paulo Skaf contra a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB). No estado paulista existe uma briga de egos. O marqueteiro baiano enfrenta um dos seus discípulos, João Santana, com quem é rompido. Santana é o responsável pela campanha do petista Alexandre Padilha (PT), que possui bastante rejeição no estado. Por mais que o mote ‘Lula Paz e Amor’ tenha elegido Lula em 2002, Duda foi preterido da campanha petista nacional depois do mensalão.
Com isso assumiu João Santana, atual marqueteiro de Dilma Rousseff, sendo comparado até mesmo a um ministro de Estado. Ele foi o responsável pela campanha de Lula em 2006 e de Dilma em 2010. “A disputa entre os dois pode passar do limite”, disse a Agência Estado, ao citar uma fonte peemedebista. A relevância do confronto, apimentado pela estatura do seu adversário, faz Duda se utilizar de todos os artifícios possíveis para tomar as decisões corretas. Inclusive, as pesquisas qualitativas nos debates televisivos.
Nesses três últimos estados os programas possuem uma qualidade melhor do material que é levado ao ar no Piauí. É mais bem elaborado, com pinceladas de extrema qualidade. No de Paulo Skaff, por exemplo, o primeiro que foi ao ar, o texto é forte, e detalhista. Nele, Skaf acusa o tucano de não ter “tesão” para governar, e cita ter “seis cachorros”. Mostra movimento, típico da maior cidade de negócios do país e da América Latina.
O programa exibido no Mato Grosso do Sul é parado, mas bonito esteticamente, explorando as imagens da fauna e da flora da região, com diálogos longos e espaço de tempo maiores intercalando as falas, o que dá um ar interiorano. A plasticidade do programa também é superior a do programa exibido no Piauí.
Diante deste quadro comparativo, ficam outros questionamentos. O texto do programa de Zé Filho, que está sob a responsabilidade de Dante, será mais forte nos programas que virão? A qualidade estética do programa vai evoluir ou continuará no estilo SBT de ser? A briga de egos em São Paulo toma mais tempo de Duda Mendonça em detrimento da campanha no Piauí?
pesquisas-nopi.jpg
PIAUÍ – PARA DUDA UM EX-ESTADO DO FIM DO MUNDO
Em seu livro “Duda Mendonça – Casos e Coisas”, o publicitário do candidato à reeleição Zé Filho (PMDB) evidenciou o seu pensamento sobre como o Piauí era visto por ele tempos atrás. O marqueteiro cita o Piauí como que sendo um estado que era o último a saber sobre dos acontecimentos.

O publicitário vinha desenvolvendo um raciocínio sobre como o mundo mudou. “Nem foi por outra razão que, de uns tempos para cá, tantas empresas familiares foram à falência. Quebraram. Você não pode dirigir uma empresa, hoje, com os métodos e as técnicas utilizadas pelo seu avô. Afinal, você vive num mundo que não é mais aquele em que ele viveu. E isso não vale somente para a economia, os negócios. Vale também, e sobretudo, para a política e administração pública”, inicia.
“O planeta, hoje, está inteiramente interligado. Vivencia um circuito informacional amplo, incessante e instantâneo. Tempos atrás, se um avião norte-americano caísse na China, ninguém iria ficar sabendo disso no Piauí”, avaliou.
casosecoisas.jpg
“Hoje, não. O povo do Piauí não só fica sabendo de imediato do acidente aéreo e do qüiproquó diplomático à sua volta, como ainda vê a queda do avião, em imagens coloridas levadas por satélite, para as emissoras de televisão”, complementou.
A análise do publicitário baiano foi feita depois do seu retorno da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda em 2002, quando terminou a segunda parte do seu livro ‘Duda Mendonça – Casos e Coisas’.
COMO ESTÃO OS OUTROS CANDIDATOS DE DUDA?
- Delcídio Amaral
No Mato Grosso do Sul, Delcídio Amaral caminha para ser eleito governador. Uma pesquisa do IBOPE encomendada pela TV Morena, afiliada da Rede Globo, feita entre os dias 3 e 5 de agosto, mostrou Delcídio com 39% das intenções de voto. O segundo colocado é Nelsinho Trad (PMDB), com 20%; seguido de Reinaldo Azambuja (PMDB), que apareceu com 19% das intenções de voto. O levantamento ouviu 812 eleitores em 32 municípios do estado. No quesito rejeição, Delcídio e Nelsinho aparecem empatados tecnicamente com 20% e 19%, respectivamente. E 43% dos entrevistados acham que Delcídio Amaral será eleito governador de Mato Grosso do Sul.

info pesqisas003-01.jpg
Há pouco mais de dez dias, a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS) divulgou uma nova pesquisa de intenção de votos na qual Delcídio Amaral aparece com uma pontuação maior, 44% dos votos válidos se a eleição estivesse sido realizada entre os dias 8 e 11 de agosto. Em segundo lugar se mantém Reinaldo Azambuja (PSDB), com 21% da preferência do eleitorado. Ele empata tecnicamente com Nelson Trad Filho, que possui 20%. O quarto colocado é Evander Vendramini com 2% dos votos válidos. A margem de indecisos é pequena, de 7%, mas capaz de fazer Delcídio vencer no primeiro turno. O levantamento ouviu 1640 pessoas em 40 municípios. Há, portanto, uma evolução do petista antes mesmo do início da propaganda eleitoral.
- Paulo Skaf
No estado de São Paulo a preferência é pela reeleição do atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB), que está à frente nas pesquisas eleitorais de intenções de voto. Por isso Paulo Skaf (PMDB) aparece mordiscando o tucano na primeira propaganda eleitoral, com um texto forte, onde o acusa de faltar “tesão” para governar o maior estado do país. Chega a elogiá-lo como pessoa, mas o ataca à frente do posto de chefe do Executivo estadual.

info pesqisas003-02.jpg
Numa pesquisa do Data Folha, encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de São Paulo, divulgada dia 15 de agosto, portanto, antes do início da propagada eletrônica no rádio e na TV, Geraldo Alckmin aparece na frente com 55% das intenções de voto. Paulo Skaf vem em segundo lugar com 16% e o petista Alexandre Padilha com 5% da preferência do eleitorado. A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 13 de agosto com 2045 entrevistados em 56 municípios.
Se comparada à pesquisa do IBOPE divulgada no dia 30 de julho, há uma evolução de Paulo Skaf no levantamento mais recente, mas Alckmin também subiu na preferência do eleitor. Naquela época, o tucano aparecia com 50% contra 11% do empresário. Alexandre Padilha permanece com seus 5%. Está estagnado, considerando-se o levantamento feito quase 20 dias depois.
A pesquisa do IBOPE foi realizada entre os dias 26 e 28 de julho e ouviu 1512 entrevistados, feita em 78 municípios. Lá, assim como no Piauí, a coordenação de campanha de Skaf aposta nos programas de Duda para levar o pleito para o segundo turno e arrematar as eleições de virada.
- Sandoval Cardoso
No Tocantins, também pesquisas realizadas antes da propagada eleitoral mostram o candidato Sandoval Cardoso, que está sendo trabalhado pela equipe de Duda, correndo atrás do primeiro colocado.

info pesqisas003-03.jpg
Segundo pesquisa realizada pelo instituto Vope (Voz e Pesquisa Tocantins), encomendada pelo jornal Primeira Página, o candidato do PMDB ao Governo do Estado, Marcelo Miranda, aparece com 48% das intenções de voto. Sandoval vem em segundo, com 16% da preferência do eleitorado. Em terceiro está Ataídes Oliveira (PROS) com 6% das intenções de votos.
A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 9 de julho com 1200 entrevistados em 18 municípios do Tocantins.
Outra rodada de pesquisa, desta vez do Vox Populi, encomendada pelo PMDB, divulgada dia 15 de agosto, mostrou que Marcelo Miranda tem condições de vencer no primeiro turno. Ele aparece, segundo o levantamento, com 52% das intenções de voto contra 22% de Sandoval Cardoso e 2% de Ataídes Oliveira. A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 11 de agosto com 1000 entrevistados em 53 municípios do Estado.
A tirar pelos candidatos que estão sendo preparados, embalado e apresentados ao eleitorado pela equipe de Duda, e à exceção de Delcídio Amaral, que está em primeiro, seus profissionais vão ter muito trabalho para reverter a situação, já que os outros três, incluindo o governador Zé Filho, estão em segundo lugar.
E ENTÃO...?
Diante deste cenário, resta saber qual será o índice de vitórias de Duda Mendonça ao final da campanha e quanto o Piauí ocupa de espaço e preocupação dentro de sua agência? Afinal de contas, segundo o próprio Duda Mendonça, o Piauí já consome e gera notícias, embora integre uma terra longínqua, longe dos holofotes nacionais na visão dele.

Fonte: www.180graus.com