Representantes dos bancários de todo o país reuniram-se, na noite de ontem, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em uma nova rodada de negociações com o intuito de chegar a um acordo que possibilite o fim da greve da categoria, iniciada na última terça-feira.
De acordo com Francisca de Assis, tesoureira do Sindicato dos Bancários do Piauí, a classe trabalhadora foi representada na reunião por membros da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e dos dez maiores sindicatos dos bancários do País.
A nova proposta apresentada pelos bancos ainda será avaliada na próxima segunda-feira (6), durante assembleias organizadas pelos sindicatos dos bancários em todas as unidades federativas.
O quarto dia da greve nacional manteve-se forte, segundo a avaliação do Sindicato dos Bancários do Piauí. Ainda para a entidade ainda existem diversos fatores que levam a alguns funcionários a não aderirem ao movimento.
“O setor privado é o mais pressionado. Muitos trabalhadores estão no seu primeiro emprego, têm medo de não serem promovidos, de serem demitidos e sofrer diversas sanções”, afirma o secretário de saúde e segurança do trabalho do Sindicato dos Bancários do Piauí, João Pereira Neto.
A esperança de ocorrer uma negociação com sucesso é o desejo dos sindicalistas. A nova rodada de negociação com o Comado Nacional dos Bancários aconteceu às 17h de ontem (03), em São Paulo (SP). O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também chamaram nova negociação das reivindicações específicas para esta sexta-feira, às 18h, também na capital paulista. A negociação com o Banco do Nordeste aconteceu em Recife.
Em todo o Brasil, estima a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Fincanceiro (Contraf), foram quase 10 mil agências paralisadas nesta sexta-feira. As novas rodadas de negociações ocorrem no momento em que a greve nacional está crescendo em todo o país.
Na última quinta-feira (02) as paralisações atingiram 9.379 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito Federal. Foram 1.706 novas unidades que aderiram à greve em relação à quarta-feira, um crescimento de 22,2%. Desde o primeiro dia da greve, a paralisação cresceu 42,7%.
“Esperamos que aconteça o mesmo que aconteceu no estado do Pará e que as nossas reivindicações sejam atendidas. Não é só por questões salariais. É pela falta de segurança nas agências, as complicações de saúde que temos pelo trabalho, sendo que muitas vezes não conseguimos pagar nem o tratamento, além da contratação de mais profissionais que gera uma sobrecarga imensa de trabalho nos bancários das agências”, o secretário de saúde e segurança do trabalho do Sindicato dos Bancários do Piauí.
A fim de que seja encerrada a paralisação, a categoria demanda um reajuste de 12,5%, o que inclui 5,8% acima da inflação medida pelo INPC (6,35% no acumulado em 12 meses), piso salarial de R$ 2.979,25, 14º salário e outros benefícios. A proposta dos bancos, que foi rejeitada pelos trabalhadores, prevê correção salarial de 7,35%, com aumento real de 0,94%.
Fonte: www.portalodia.com