Em todo o país, de acordo com estudo do IBGE, a redução do índice de gravidez na adolescência passou de 14,8% para 11,8% na década compreendida entre os anos 2000 e 2010. Pelo IBGE, a adolescência abrange jovens dos 15 aos 19 anos.
Em Piracuruca esta estatística é alarmante, o número de adolescentes grávidas chegam próximo a 30%, hoje a maternidade faz acompanhamento de 141 gestantes, dentre elas 40 são menores de 18 anos.
O Secretário de Saúde Valderi Machado, conversou com nossa equipe de reportagem e analisou vários pontos para fundamentar sua conclusão sobre o assunto, "A Secretaria realiza o acompanhamento deste quadro que é alarmante no município, é feito uma campanha educativa em vários colégios da rede pública e privada no município, mas infelizmente o que ocorre na maioria das vezes, é o desinteresse ou timidez dos jovens em ir até um posto de saúde e solicitar um preservativo, que é gratuito nas unidades, muitas vezes durante o namoro, o despreparo é um forte aliado para o favorecimento indesejado da gravidez, além disso existe um apelo muito forte das grandes mídias, como a televisão, colocam a questão erótica como atrativo para prender o telespectador em suas programações, principalmente em novelas, o contexto sexual ficou banalizado nas conversas entre a família", relatou Valderi.
A gravidez na adolescência é mais um dos problemas sociais e até econômicos. A menina que engravida com 15, 16, 17 e 18 anos, interrompe os estudos e perde a oportunidade de se profissionalizar.
A SEMTCAS através do CREAS de Piracuruca realizaram um projeto que batizaram de "Menina Mulher", por meio do qual as adolescentes são orientadas sobre como se proteger da violência sexual e como se prevenir de uma gravidez indesejável e de doenças sexualmente transmissíveis.
A Assistente Social Djivalda Nóbrega nos falou um pouco mais sobre o Projeto Menina Mulher, "O projeto foi executado entre os meses de setembro à novembro, atendendo um universo de 140 meninas, na faixa etária de 12 a 18 anos. O projeto foi criado para passar informações para as adolescentes que já estão grávidas, sobre o pré-natal, alimentação, registro de nascimento, como também esclarecimentos de como prevenir a gravidez, pois o índice está realmente muito elevado, além de ter sido confeccionado uma cartilha contendo todas estas informações pertinentes. O colégio que foi o piloto do projeto foi a Unidade Escolar Monsenhor Benedito, devido o número de adolescentes grávidas que estudam naquela instituição ser considerado elevado. Foi abordado também informações a respeito dos programas sociais existentes. O resultado final foi bastante satisfatório, os alunos solicitaram que o projeto tivesse uma continuidade, pois trata da realidade de cada uma e as informações trocadas são de uma importância muito grande." finalizou Djivalda.
