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Justiça autoriza estudante de 14 anos a cursar medicina na UFS

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
O estudante de Itabaiana José Victor que com apenas 14 anos de idade conquistou pontuação suficiente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar medicina na Universidade Federal de Sergipe (UFS) conseguiu na Justiça o direito de fazer uma prova de proficiência especial para comprovar seus conhecimentos nas disciplinas referentes ao ensino médio, em virtude da pouca idade e de ainda estar cursando o primeiro ano do ensino médio.

Ele foi submetido ao teste realizado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) nesta quarta-feira (28), foi aprovado, recebeu o certificado de conclusão do ensino médio e está apto a fazer a matrícula na universidade.

“Estou muito feliz e me sinto preparado para o desafio”, comemora José Victor.

O estudante cursava o primeiro ano do ensino médio na Escola Estadual Murilo Braga. Ele teve média final de 751,16 pontos no Enem e ainda fez 960 pontos na prova de redação, com isso, José Victor conquistou uma das 100 vagas para o curso de medicina da UFS e no grupo inscrito, que é o das escolas públicas, ficou em 7º lugar. Com o certificado de conclusão do ensino médio ele vai poder fazer a matrícula no sábado (31).

O direito de fazer a prova foi concedido em caráter de liminar pelo juiz titular da 1ª Vara Cível da Comarca de Itabaiana, Alberto Romeu Gouveia Leite.

"Ontem ficamos sabendo através do nosso advogado que a liminar foi concedida em favor do José Victor e seguimos com o documento para a Secretaria de Estado da Educação, onde ele fez em seguida uma prova de proeficiência com 120 questões de todas as disciplinas e uma redação. Ele foi aprovado e recebeu certificado do ensino médio que o habilita a fazer matrícula na UFS”, orgulha-se o pai, José Mendonça Teles.

A assessoria de imprensa da Seed confirmou que o estudante fez a prova e foi aprovado.

Enem
Ele conquistou a pontuação necessária para pleitear vaga no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do fim do ano passado e aguardava a decisão da Justiça para autorizar a utilização da nota como comprovação de conclusão do 2º grau e, se selecionado, já iniciar as aulas do curso superior.

O jovem que teve um desempenho considerado exemplar ainda cursava o 1º ano do ensino médio. A média final foi de 750,98, na redação a nota foi 960,0.

“Minha pontuação foi suficiente para entrar para o curso de medicina no segundo lugar no Grupo E, de escolas públicas e com renda livre, sem distinção de classe social”, afirma o adolescente.

O garoto sempre quis ser médico e sabia que para isso teria que se esforçar. Ele estudou assuntos que ainda não viu na escola para fazer o exame que tem conteúdos de todo o Ensino Médio. “Passei o ano passado estudando para o Enem, além do conteúdo dado em sala de aula. Era uma média de três horas por dia só resolvendo questões de provas anteriores, sem dúvida a técnica para estudar e armazenar o conhecimento foram decisivas para o meu desempenho. É preciso saber organizar o tempo e também se preparar para saber como será a prova no dia”, destaca.

A disciplina e o interesse pelo conhecimento surgiu em casa com o incentivo dos pais que são professores da rede estadual de português e inglês. “Eles me deram dicas de como me organizar e procurei vídeo-aulas na internet, livros complementares e fui a algumas aulas do curso pré-vestibular da Secretaria de Estado da Educação (Seed) por fora, mesmo sem estar matriculado, como aluno assistente”, revela. O esforço também teve recompensa em 2014, quando José Victor foi medalhista na Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obemep).


Fonte: www.portalaz.com.br