O café é uma bebida que
faz parte da vida da maioria das pessoas. Muitas vezes é consumido logo pela
manhã; às vezes, depois do almoço ou naquele “intervalo” do trabalho no meio da
tarde.
Aliás, são poucas as
pessoas que nunca apostaram em um cafezinho para “espantar” o sono e o cansaço,
não é mesmo?
Porém, quando o assunto é
café, sempre surgem dúvidas do tipo: esta é uma bebida saudável? Todo mundo
pode consumir? E, sobretudo, quanto de café é permitido tomar por dia?
Se você é amante de um bom
café, não pode ficar sem conferir abaixo as respostas para essas perguntas!
Cafeína: benefícios e
malefícios ao organismo
A maioria das pessoas fala
sobre o efeito estimulante do café, que se deve à presença de cafeína.
Karina Valentim,
nutricionista da PB Consultoria em Nutrição, explica que a cafeína é um
composto químico, classificado como alcaloide, pertencente ao grupo das
xantinas, sendo o componente do café mais conhecido. “Seus principais efeitos
que apresentam comprovação científica são: efeito estimulante do sistema nervoso
central, diminuição do sono e estimulante do músculo cardíaco”, diz.
Os principais benefícios
da cafeína, ressalta Karina, são:
* Estímulo do sistema
nervoso central (aumentando o estado de alerta do indivíduo).
* Estímulo do músculo
cardíaco.
* Melhora da
funcionalidade cognitiva.
Estudos mostram que em
modelos experimentais de doenças neurodegenerativas, incluindo as doenças de
Parkinson e Alzheimer, a cafeína apresentaria um efeito neuroprotetor.
Alguns estudos in vitro
têm demonstrado atividade antioxidante da cafeína – o que a tornaria um
protetor em potencial contra os efeitos deletérios causados no sistema
cardiovascular.
Em contrapartida, alguns
estudos também sugerem que o consumo regular de café pode estar relacionado com
o risco de hipertensão, conforme explica Karina. “Porém não é bem estabelecido
o mecanismo. Acredita-se que a cafeína no sistema cardiovascular produza
aumento agudo do débito cardíaco e vasoconstrição das artérias – o que poderia
levar a elevação da pressão arterial”, diz.
Além disso, acrescenta a
nutricionista, a cafeína atuaria sobre os receptores do hormônio adenosina,
exercendo ação inibidora sobre esse hormônio, impedindo que ele aja como
redutor da pressão sanguínea. “Porém, vale ressaltar que os resultados são conflitantes,
uma vez que fatores como tabagismo, estresse, etilismo e genética podem
interferir nos resultados e aumentar o risco de hipertensão”, destaca.
Além do café, a cafeína
está presente no chá verde, chá mate, cacau (chocolate), refrigerantes à base
de cola ou guaraná.
Quanto de cafeína há em
uma xícara de café?
De forma geral, uma xícara
(50 ml) de café coado contém de 25 mg a 50 mg de cafeína. Uma xícara (50 ml) de
café expresso contém de 50 mg a 80 mg. Vale ressaltar que esses valores podem
variar de acordo com a formulação do produto.
Para termos de comparação:
uma xícara (80 ml) de capuccino contém de 80 mg a 100 mg de cafeína e uma lata
de refrigerante à base de cola, de 30 mg a 60 mg.
Riscos do excesso de
cafeína no organismo
Sabendo que a cafeína não
está presente somente no café, mas também em outros alimentos comumente
consumidos (como chá, chocolate etc.), vale se atentar ao fato de que o excesso
desse composto químico pode oferecer riscos à saúde.
De acordo com Karina, um
dos principais sintomas do excesso de cafeína são quadros de insônia e agitação
mental. “O indivíduo ainda pode sentir aumento do ritmo cardíaco (batimentos
acelerados)”, diz.
O excesso de cafeína pode
levar ao aumento da diurese (aumento do volume de urina), náuseas, dores de
cabeça, dores estomacais e diminuição da densidade óssea, acrescenta a
nutricionista.
Qual a quantidade diária
recomendada de café?
Karina destaca que não há
uma recomendação de café/cafeína. “O consumo moderado de até 3 xícaras por dia
em pessoas saudáveis pode ser benéfico, sendo no máximo 400 mg de cafeína por
dia”, explica.
Café: prevenção contra
doenças
Pesquisas mostram que o
consumo moderado de café por adultos pode ser benéfico e tem sido associado à
prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. “Vários estudos mostram
efeitos positivos da cafeína sobre a redução da tolerância à glicose e do
aumento da sensibilidade à insulina devido ao aumento da expressão de GLUT-4
(sinalizador da entrada de glicose na célula)”, destaca Karina.
“Consumo de cafeína no
Brasil”, “O efeito da cafeína sobre a atividade da creatinaquinase em tecidos
de ratos diabéticos” e “Tratamento agudo com cafeína e L-Arginina reduz os
níveis glicêmicos em ratos obesos submetidos ao exercício aeróbico” são alguns
dos estudos citados pela nutricionista.
Ainda de acordo com
Karina, outros estudos (Cafeína protege da amnésia e morte neuronal em um
modelo experimental da doença de Alzheimer e Café: uma bebida rica em
substâncias com efeitos clínicos importantes, em especial a cafeína) mostram
que, em modelos experimentais de doenças neurodegenerativas, incluindo as
doenças de Parkinson e Alzheimer, a cafeína apresentaria um efeito
neuroprotetor.
Cafeína também para a sua
beleza
Não é só como estimulante
que a cafeína atua! O composto químico tem potente poder antioxidante e, assim,
ajuda a combater a celulite e a gordura localizada, além de amenizar olheiras.
Pois é, os benefícios que a cafeína pode oferecer no que diz respeito à beleza
da mulher são muitos, como, por exemplo, a estimulação da regeneração celular,
da circulação sanguínea, o rejuvenescimento e a revitalização da pele.
Vale destacar, porém, que
a maneira ideal de tirar proveito dos benefícios que a cafeína pode oferecer à
beleza é usar produtos prescritos por um dermatologista.
Cafeína x gravidez
Mas será que gestantes
também podem consumir café? Ou a cafeína pode oferecer riscos à gravidez?
Karina destaca que o
excesso de cafeína na gestação tem mostrado alguns riscos:
* Redução do crescimento
fetal;
* Prematuridade;
* Restrição de crescimento
intrauterino;
* Aborto espontâneo;
* Malformações no período
gestacional.
“Por isso, a ingestão de
café por gestantes deve ser orientada e acompanhada pelo médico ou
nutricionista, acompanhando o histórico de cada gestação”, finaliza a
nutricionista Karina.
Agora você já sabe que,
embora alguns estudos apontem os benefícios do café (especialmente devido à
presença da cafeína), o consumo dele deve ser moderado. Caso contrário, a
bebida poderá, sim, oferecer riscos à saúde.
Fonte:www.dicasdemulher.com.br