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Cuidado com os beijoqueiros no Carnaval! Doenças transmitidas pela boca podem causar dor de garganta e até febre

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
É, época preferida por dez entre dez solteiros quando o assunto é conhecer e se relacionar com pessoas novas. Mas você sabe se dar aquele beijo despretensioso em alguém que se acabou de conhecer ou mesmo dividir uma garrafa de cerveja com ele não é algo totalmente inofensivo?

Muitas doenças são transmitidas pela saliva, o que faz com que situações como esta possam sem classificadas como de risco em relação à contaminação com vírus e bactérias. Descubra agora o que você pode pegar — ou passar para alguém — durante a folia desta semana.

O médico Ralcyion Teixeira, infectologista supervisor do pronto-socorro do hospital Emílio Ribas, em São Paulo, explica que as doenças mais comuns em épocas como o Carnaval são a mononucleose, também conhecida como "a doença do beijo", e o citomegalovírus.

— Elas causam febre, dor de garganta e vermelhidão. Geralmente os sintomas se manifestam de uma a duas semanas depois do contato.

Além delas, Teixeira também chama a atenção para o herpes simples. No entanto, segundo ele, o vírus só é transmitido se a pessoa infectada estiver com alguma lesão ativa ou úlcera — o que significa que, se aquele parceiro ou parceira em potencial estiver com alguma ferida nos lábios ou dentro da boca, você contrairá a doença durante o beijo.

Uma dúvida muito comum é sobre a possibilidade de transmissão do HIV por meio do beijo. Por isso, o infectologista faz questão de reforçar que não, o vírus não passa de uma pessoa para a outra por meio deste tipo de contato.

Pedir para dar um "golinho" na bebida de alguém durante o Carnaval pode ser perigoso. Isso porque, caso o dono do drinque tenha alguma doença, ela estará presente na saliva que inevitavelmente se mistura ao líquido.
Se a pessoa tiver, por exemplo, sarampo, gripe, catapora, caxumba ou coqueluche, quem tomar do mesmo copo vai se contaminar. E isso acontece mesmo que se esteja na fase de encubação, quando a pessoa está infectada, mas sem manifestar os sintomas. Ainda assim, ela já está transmitindo.

Com o cigarro acontece algo parecido. Ao fumar, a pessoa acaba molhando o filtro com saliva, o que já é suficiente para viabilizar a transmissão de doenças.

— O contágio depende muito da quantidade de saliva envolvida. Como copos e cigarros têm mais quantidade de saliva, eles acabam também tendo uma quantidade maior de vírus.

Já dividir o batom com a amiga ou mesmo com alguma desconhecida em meio à folia não é tão arriscado assim, justamente porque o cosmético só tem contato com os lábios, e assim fica mais difícil que a troca de vírus e bactérias aconteça.

Celso Granato, livre docente da Unifesp e infectologista do Fleury Medicina e Saúde, lembra que, em épocas como esta, muitas vezes o sexo oral é praticado sem os devidos cuidados.

— Normalmente as preliminares não levam proteção, são só para esquentar, então as pessoas não se importam muito com isso. No entanto, elas transmitem as mesas doenças do que a penetração sem prevenção. É preciso prevenção. A camisinha deve ser usada, tanto para proteger o órgão genital quanto a boca de doenças transmissíveis. As camisinhas masculina e feminina são de extrema importância para a prevenção, principalmente no sexo casual, quando não se conhece o parceiro.
Granato explica que, no sexo oral sem proteção, podem ser transmitidos herpes, sífilis, clamídia e HPV, por exemplo.

O infectologista Ralcyion Teixeira explica que uma boa prevenção de doenças na boca envolve alguns cuidados básicos, como ir ao dentista e fazer a higiene adequada de duas a três vezes ao dia.

— Além disso, é imprescindível evitar contato por meio do beijo com pessoas infectadas pelo herpes durante o período de lesão ativa.

Caso o contato com alguém doente já tenha acontecido, não adianta muito correr para escovar os dentes, nem mesmo bochechar. Exceto no caso da catapora, quando ainda é possível tomar a vacina contra o vírus para evitar sua manifestação ou, pelo menos, garantir uma forma mais branda da doença, não há muito o que fazer, porque a transmissão já terá acontecido. Mas, ainda assim, o infectologista explica que pode haver uma esperança.

— Mesmo se a pessoa teve o contato, isso não significa necessariamente que ela vai adoecer. É preciso que o vírus invada todo o organismo, e então a doença se manifesta. Por isso, é importante observar os sintomas e, em caso de qualquer mudança, procurar a orientação de um médico.


Fonte:www.r7.com