Soa até estranho dizer que um alimento gorduroso pode ajudar
a pessoa a emagrecer. Mas, é exatamente esta a consideração sobre o óleo do
coco que, há algum tempo, tem feito parte da dieta de muitas pessoas –
especialmente daquelas que se esforçam para perder a indesejável gordurinha
abdominal.
Mas será que esse óleo é mesmo aliado em uma dieta de
emagrecimento? Embora esta seja sua propriedade mais divulgada, acredita-se que
o óleo de coco possa oferecer muitos outros benefícios às pessoas que o
consomem adequadamente.
Vale destacar, porém, que tais benefícios ainda geram
controvérsia, especialmente entre a comunidade médica. Mas, abaixo, você confere
todas as informações importantes sobre o óleo de coco e acompanha o que alguns
estudos recentes têm apontado sobre esse famoso alimento.
O que é o óleo de coco?
De acordo com Karina Valentim, nutricionista da PB
Consultoria em Nutrição, estima-se que o coco seja formado por 33% de gorduras.
“O óleo é obtido através de fervura e/ou fermentação do coco seco ou fresco, e
pode ser dividido em duas categorias: refinado e extravirgem. O óleo refinado é
tipicamente obtido do coco seco, chamado de copra. Já o óleo de coco virgem é
obtido a partir de cocos frescos, chamados não-copra”, explica.
A nutricionista acrescenta que as pesquisas apontam que o
óleo extravirgem é de melhor qualidade por possuir maior quantidade de
antioxidantes. Confira abaixo quais são os principais motivos para incluí-lo no
cardápio:
1. O óleo de coco pode acelerar o metabolismo
O óleo de coco contém triglicerídeos de cadeia média, que
são facilmente absorvidos e transformados em energia, por isso, o produto pode
atuar no aumento do metabolismo e ser utilizado em casos de síndromes de má
absorção.
Karina Valentim destaca que, por conter triglicerídeos de
cadeia média (TCM), o óleo de coco extravirgem apresenta um comportamento
especial no organismo quando comparados a outras gorduras. “Esses
triglicerídeos são facilmente absorvidos e transformados em energia no fígado,
não se acumulando como gordura localizada nos adipócitos, por isso, seria
relacionado como uma gordura que aumenta o metabolismo e não a adipogênese.
Além disso, por ser rapidamente digerido pelo organismo, é utilizado em
tratamentos de síndromes de má absorção”, explica.
2. O óleo de coco pode ser um grande aliado nas dietas de
emagrecimento
Os triglicerídeos de cadeia média (TCM) presentes no óleo de
coco ativam hormônios relacionados à sensação de saciedade. Dessa forma, a
tendência é que a pessoa – que já segue um programa de reeducação alimentar e
pratica atividades físicas – coma menos ao longo do dia e, consequentemente,
perca peso.
A nutricionista Karina destaca que o óleo de coco não é
indicado para todas as pessoas que desejam perder peso, mas, pode ser um forte
aliado principalmente se o indivíduo praticar atividade física.
“Um estudo realizado em 2008 apontou que o consumo de óleo
de coco melhorou a perda de peso quando aliado a um programa de reeducação
alimentar. Pesquisadores relacionam a presença do TCM com a ativação de
hormônios, como colecistoquinina, peptídeo YY e peptídeo inibitório intestinal,
aumentando a saciedade da pessoa e colaborando para a perda de peso saudável”,
explica a profissional.
3. O óleo de coco pode atuar na perda de gordura abdominal
A maioria das pessoas já ouviu falar que o óleo de coco atua
na perda de gordura principalmente da região abdominal. Mas será que essa
informação é verídica?
A ideia do efeito se dar principalmente na região da cintura
se deve à presença do ômega-9, pois alguns estudos mostram que esse ácido graxo
diminui a produção de cortisol – um dos hormônios responsáveis pela armazenagem
de gordura nessa área.
A nutricionista Karina ressalta, porém, que poucos estudos
confirmaram a eficiência do óleo em estimular a LPL (lipoproteína lípase),
responsável por degradar triglicérideos armazenados nos adipócitos. “Mais
estudos precisam ser realizados para confirmar este possível efeito”, diz.
Ainda de acordo com a profissional, “uma pesquisa realizada
neste sentido verificou aumento na oxidação de gorduras totais em indivíduos
que consumiram uma dieta com óleo de coco quando comparados com os que
consumiram dieta com predomínio de triglicerídeos de cadeia longa (óleos
comuns), porém, não é estabelecido o mecanismo pelo qual houve essa oxidação de
gorduras”, diz.
Sendo assim, o consumo de óleo de coco está associado à
perda de gordura abdominal principalmente devido à presença de ômega 9 que,
acredita-se, diminui a produção de cortisol (um dos responsáveis pela
armazenagem de gordura nessa área).
4. Óleo de coco ajuda a prevenir infecções
Devido à presença de ácido láurico, o óleo de coco pode
combater diversos micro-organismos maléficos, protegendo o nosso corpo de
infecções.
Karina Valentim explica que o ácido láurico é o principal
ácido graxo de cadeia média presente no óleo de coco. No corpo humano, ele se
transforma em monolaurina, que tem a função de exercer forte ação
antibacteriana, antiviral e antiprotozoária, combatendo vários micro-organismos
maléficos, tais como: Herpes, Cândida albicans, Clamídia, Estreptococos,
Giárdia, Helicobacter pylori.
5. O óleo de coco proporciona controle do colesterol
Pesquisas têm mostrado que o óleo de coco pode aumentar os
níveis de HDL, especialmente no caso das mulheres na menopausa, e também atuar
na diminuição de colesterol total. Devido à sua ação antioxidante, ele pode
ajudar ainda a prevenir doenças cardiovasculares.
Karina Valentim explica que um estudo, realizado com 1839
mulheres filipinas, mostrou que a ingestão alimentar de óleo de coco foi
associada positivamente a maiores níveis de HDL (colesterol bom), especialmente
entre mulheres na pré-menopausa. “Isso sugere que o consumo de óleo de coco
pode ser benéfico para o perfil lipídico de mulheres principalmente no
climatério”, diz.
A nutricionista destaca ainda que estudos mais recentes
apontam que pode ocorrer diminuição nos níveis de colesterol total do individuo
pelo uso de óleo de coco. “Isso porque, este diminuiria a estimulação da HMG
CoA redutase, responsável pela produção de colesterol endógeno”, diz.
“Além disso, este óleo possui ação antioxidante, pois contém
acido fenólico e vitamina E (esta última em menor quantidade do que outros
tipos de óleos). Estes compostos antioxidantes previnem a oxidação do LDL
colesterol que pode levar à formação de placa de ateroma e doenças
cardiovasculares”, destaca Karina.
6. O óleo de coco pode evitar a prisão de ventre
O óleo de coco, por ser um alimento gorduroso, ajuda na
digestão e, devido à presença do ácido láurico e suas propriedades
antibacterianas, atua eliminando as bactérias ruins do intestino.
Devido à função antibacteriana (que se deve à presença do
ácido láurico), o óleo de coco ajuda a eliminar as bactérias ruins do
intestino, melhorando, em geral, o funcionamento dele. Além disso, alimentos
gordurosos, de forma geral, ajudam na digestão, se misturando ao bolo alimentar
e às fezes, facilitando sua passagem pelo sistema digestivo. Mas, vale destacar
que o consumo em excesso do óleo de coco pode trazer resultado contrário,
causando diarreia.
7. O óleo de coco pode ser aliado da beleza da mulher
O consumo de óleo de coco pode deixar a pele da mulher mais
bonita e ajudar a evitar o envelhecimento precoce, além de poder ser usado
diretamente na hidratação dos cabelos.
Alguns estudos mostram que o consumo adequado de óleo de
coco melhora a elasticidade da pele. Além disso, suas propriedades
antioxidantes ajudam no combate dos radicais livres, um dos responsáveis pelo
envelhecimento precoce.
Vale destacar que o óleo de coco também pode ser usado
diretamente nos cabelos, sendo adicionado a cremes, por exemplo, proporcionando
boa hidratação aos fios.
Como deve ser o consumo do óleo de coco?
Pensando em tudo isso, não faltam bons motivos para consumir
o óleo de coco. Porém, isso deve ser feito de forma moderada.
Karina Valentim explica que, como todo óleo, ele possui uma
grande quantidade calórica e deve ser consumido com moderação. “O ideal é
consumir de uma a duas colheres (sopa) por dia. É recomendado que ele seja
utilizado em preparações frias, como saladas, sucos e frutas e na finalização
de pratos quentes, a fim de preservar sua ação antioxidante”, destaca.
Problemas do consumo excessivo do óleo de coco
Na medida correta, o consumo de óleo de coco pode
proporcionar vários benefícios. Mas, se a pessoa exagerar na quantidade, haverá
uma ingestão bem maior de energia em comparação ao seu gasto, o que resultará
no aumento de peso.
O consumo excessivo do óleo pode ainda trazer riscos
cardiovasculares, devido ao aumento do colesterol, além de, possivelmente,
provocar diarreia.
Todas as pessoas podem consumir o óleo de coco?
Karina Valentim explica que o óleo de coco extravirgem é um
alimento com baixo potencial alergênico e, de maneira geral, não possui
contraindicações quando consumido na quantidade recomendada. “Ele apenas deve
ser utilizado em pequenas quantidades por pacientes que necessitem de uma dieta
hipolipídica. Por isso, seu uso deve sempre ser acompanhado por um médico ou
nutricionista, a fim de controlar a ingestão calórica e a quantidade de
gorduras totais no dia, não ultrapassando 30% do valor energético total
diário”, finaliza a nutricionista.
Dessa forma, fica a dica: consuma o óleo de coco
moderadamente para usufruir dos benefícios que ele pode oferecer. De
preferência, faça isso com acompanhamento de uma nutricionista, que passará
mais informações importantes sobre esse alimento e orientações sobre sua dieta
em geral.
Fonte:www.dicasdemulher.com.br