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Pedra na vesícula: sintomas, prevenção e tratamento da colelitíase

quinta-feira, 9 de abril de 2015
Talvez você não saiba exatamente o que significa colelitíase, mas certamente já ouviu falar sobre o seu “nome mais popular”: pedra na vesícula.

A colelitíase ou pedra na vesícula é a presença de pedras na interior da vesícula biliar. Vale destacar que a vesícula é um pequeno órgão “em forma de saco”, localizado próximo ao fígado, e que armazena a bile – líquido produzido pelo fígado. Depois que ocorre a alimentação, a vesícula se contrai, liberando bile ao intestino que entrará em contato com o alimento, continuando a digestão iniciada pelo estômago.
Hamilton Funes, especialista em Cirurgia da Obesidade Mórbida, Cirurgia Vídeo Laparoscópica, Cirurgia do Câncer do Aparelho Digestivo, Gastroenterologia, Terapia Intensiva, Nutrologia e Cirurgia Geral da Clínica Nuclehum, de São José do Rio Preto (SP), ressalta que a vesícula biliar é um saco musculomembranoso, contendo em seu interior parte da bile produzida continuamente pelo fígado.

“A bile é formada principalmente de água, sais biliares, bilirrubina e colesterol, além de eletrólitos e ácidos graxos. A pedra na vesícula, ou seja, a litíase vesicular, é formada pela precipitação de algum de seus componentes, em condições anormais de concentração”, explica o especialista.

De acordo com Funes, a presença de cálculo (pedra) na vesícula biliar é muito frequente. “Estima-se 20 milhões, aproximadamente, o número de pessoas que apresentem colelitíase nos EUA. No Brasil, foram realizadas poucas pesquisas referente à incidência de colelitíase, mas alguns estudos em necropsia e por ultrassonografia mostram números que variam de 9% a 20% na população estudada”, destaca.

Qual é o público mais afetado pela colelitíase?
Funes explica que, de acordo com a literatura internacional, nas mulheres entre 45 e 55 a incidência de pedra na vesícula oscila entre 10 a 30 %. “Enquanto no homem, antes dos 70 anos, esse número é de apenas 5%, sendo que a partir dessa idade a incidência aumenta consideravelmente, aproximando-se do que ocorre com a mulher”, destaca.

Sintomas da pedra na vesícula

O especialista explica que a maioria das pessoas que tem pedra na vesícula não sente nenhum desconforto, já que grande parte dos cálculos biliares é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas. “Geralmente, o diagnóstico é feito quando o paciente se submete a exames de rotina”, diz Funes.

Porém, em alguns casos, descrito por alguns autores, acrescenta Funes, a intolerância a alimentos gordurosos faz com que a vesícula se contraia, causando:

* Mal-estar;
* Enjoo;
* Dor de cabeça;
* Dor no lado direito do abdômen.

“A manifestação mais sugestiva é a chamada cólica biliar, que se caracteriza por dor intensa, contínua e com períodos de exacerbação (agravamento) do lado direito do abdômen, logo abaixo da costela, no hipocôndrio direito”, ressalta o especialista.

Como diagnosticar o problema?
Funes destaca que a pessoa deve procurar ajuda médica a partir do momento em que apresentar algum sintoma, ou estiver com o diagnóstico realizado por um ultrassom.

“O melhor exame para diagnosticar cálculo na vesícula biliar é o ultrassom, realizado por um especialista”, explica o médico.

Tratamento para pedra na vesícula

Funes explica que o tratamento é a remoção da vesícula, chamada de colecistectomia, “que hoje é realizada por videolaparoscopia, com ótimo prognóstico”, destaca.

A videolaparoscopia utiliza três ou quatro pequenas incisões no abdômen e, em uma delas, entra a câmera de vídeo de alta resolução (que transmite a imagem para uma tela de LCD) e, nas outras incisões, entram os instrumentos cirúrgicos. O profissional realiza então a cirurgia olhando para um monitor de vídeo e a vesícula biliar é removida através de uma das incisões.

O método é pouco invasivo, rápido e geralmente requer um tempo de recuperação curto. É seguro e possui muitas vantagens em relação à cirurgia aberta.

Em caso de pedra na vesícula, geralmente recomenda-se uma alimentação pobre em gorduras (pois a bile tem a função de digeri-las). Por isso, o paciente deve evitar alimentos como frituras, embutidos, carnes vermelhas, margarina, por exemplo. Deve dar preferência a legumes, frutas, vegetais e grãos na sua alimentação diária. Mas é importante que todos esses detalhes sobre a alimentação sejam conversados com o médico.

Como evitar a pedra na vesícula?
Será que é possível evitar este problema? Funes explica que muitos autores acreditam que haja um fator genético na incidência de colelitíase. “O uso de anticoncepcionais orais pode aumentar o risco de colelitíase e pode estar aumentada na gestação associada ao número de partos. Na obesidade, a incidência aumenta de 3 a 4 vezes, aparecendo também com frequência quando há um emagrecimento rápido”, diz.

Dessa forma, podem-se destacar alguns dos principais fatores/grupos de risco:

* Predisposição genética;
* Mulheres principalmente entre 45 e 55 anos;
* Mulheres que tiveram múltiplas gestações;
* Uso de anticoncepcionais orais;
* Obesidade;
* Emagrecimento rápido;
* Idade avançada.

“Acompanhamento médico periódico com diagnóstico de fatores predisponentes é a melhor prevenção”, finaliza o especialista.
Então, lembre-se: caso tenha algum sintoma (como mal-estar, enjoo, dor de cabeça e dor no lado direito do abdômen) não hesite em procurar um médico. Mas, além disso, faça sempre exames de rotina, pois esta é uma das melhores maneiras de cuidar com atenção da sua saúde, evitando qualquer tipo de problema.

Fonte:www.dicasdemulher.com