Talvez você não saiba exatamente o que significa
colelitíase, mas certamente já ouviu falar sobre o seu “nome mais popular”:
pedra na vesícula.
A colelitíase ou pedra na vesícula é a presença de pedras na
interior da vesícula biliar. Vale destacar que a vesícula é um pequeno órgão
“em forma de saco”, localizado próximo ao fígado, e que armazena a bile –
líquido produzido pelo fígado. Depois que ocorre a alimentação, a vesícula se
contrai, liberando bile ao intestino que entrará em contato com o alimento,
continuando a digestão iniciada pelo estômago.
Hamilton Funes, especialista em Cirurgia da Obesidade
Mórbida, Cirurgia Vídeo Laparoscópica, Cirurgia do Câncer do Aparelho
Digestivo, Gastroenterologia, Terapia Intensiva, Nutrologia e Cirurgia Geral da
Clínica Nuclehum, de São José do Rio Preto (SP), ressalta que a vesícula biliar
é um saco musculomembranoso, contendo em seu interior parte da bile produzida
continuamente pelo fígado.
“A bile é formada principalmente de água, sais biliares,
bilirrubina e colesterol, além de eletrólitos e ácidos graxos. A pedra na
vesícula, ou seja, a litíase vesicular, é formada pela precipitação de algum de
seus componentes, em condições anormais de concentração”, explica o
especialista.
De acordo com Funes, a presença de cálculo (pedra) na
vesícula biliar é muito frequente. “Estima-se 20 milhões, aproximadamente, o
número de pessoas que apresentem colelitíase nos EUA. No Brasil, foram
realizadas poucas pesquisas referente à incidência de colelitíase, mas alguns
estudos em necropsia e por ultrassonografia mostram números que variam de 9% a
20% na população estudada”, destaca.
Qual é o público mais afetado pela colelitíase?
Funes explica que, de acordo com a literatura internacional,
nas mulheres entre 45 e 55 a incidência de pedra na vesícula oscila entre 10 a
30 %. “Enquanto no homem, antes dos 70 anos, esse número é de apenas 5%, sendo
que a partir dessa idade a incidência aumenta consideravelmente, aproximando-se
do que ocorre com a mulher”, destaca.
Sintomas da pedra na vesícula
O especialista explica que a maioria das pessoas que tem
pedra na vesícula não sente nenhum desconforto, já que grande parte dos
cálculos biliares é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas.
“Geralmente, o diagnóstico é feito quando o paciente se submete a exames de
rotina”, diz Funes.
Porém, em alguns casos, descrito por alguns autores,
acrescenta Funes, a intolerância a alimentos gordurosos faz com que a vesícula
se contraia, causando:
* Mal-estar;
* Enjoo;
* Dor de cabeça;
* Dor no lado direito do abdômen.
“A manifestação mais sugestiva é a chamada cólica biliar,
que se caracteriza por dor intensa, contínua e com períodos de exacerbação
(agravamento) do lado direito do abdômen, logo abaixo da costela, no
hipocôndrio direito”, ressalta o especialista.
Como diagnosticar o problema?
Funes destaca que a pessoa deve procurar ajuda médica a
partir do momento em que apresentar algum sintoma, ou estiver com o diagnóstico
realizado por um ultrassom.
“O melhor exame para diagnosticar cálculo na vesícula biliar
é o ultrassom, realizado por um especialista”, explica o médico.
Tratamento para pedra na vesícula
Funes explica que o tratamento é a remoção da vesícula,
chamada de colecistectomia, “que hoje é realizada por videolaparoscopia, com
ótimo prognóstico”, destaca.
A videolaparoscopia utiliza três ou quatro pequenas incisões
no abdômen e, em uma delas, entra a câmera de vídeo de alta resolução (que
transmite a imagem para uma tela de LCD) e, nas outras incisões, entram os instrumentos
cirúrgicos. O profissional realiza então a cirurgia olhando para um monitor de
vídeo e a vesícula biliar é removida através de uma das incisões.
O método é pouco invasivo, rápido e geralmente requer um
tempo de recuperação curto. É seguro e possui muitas vantagens em relação à
cirurgia aberta.
Em caso de pedra na vesícula, geralmente recomenda-se uma
alimentação pobre em gorduras (pois a bile tem a função de digeri-las). Por
isso, o paciente deve evitar alimentos como frituras, embutidos, carnes
vermelhas, margarina, por exemplo. Deve dar preferência a legumes, frutas,
vegetais e grãos na sua alimentação diária. Mas é importante que todos esses
detalhes sobre a alimentação sejam conversados com o médico.
Como evitar a pedra na vesícula?
Será que é possível evitar este problema? Funes explica que
muitos autores acreditam que haja um fator genético na incidência de
colelitíase. “O uso de anticoncepcionais orais pode aumentar o risco de
colelitíase e pode estar aumentada na gestação associada ao número de partos.
Na obesidade, a incidência aumenta de 3 a 4 vezes, aparecendo também com
frequência quando há um emagrecimento rápido”, diz.
Dessa forma, podem-se destacar alguns dos principais
fatores/grupos de risco:
* Predisposição genética;
* Mulheres principalmente entre 45 e 55 anos;
* Mulheres que tiveram múltiplas gestações;
* Uso de anticoncepcionais orais;
* Obesidade;
* Emagrecimento rápido;
* Idade avançada.
“Acompanhamento médico periódico com diagnóstico de fatores
predisponentes é a melhor prevenção”, finaliza o especialista.
Então, lembre-se: caso tenha algum sintoma (como mal-estar,
enjoo, dor de cabeça e dor no lado direito do abdômen) não hesite em procurar
um médico. Mas, além disso, faça sempre exames de rotina, pois esta é uma das
melhores maneiras de cuidar com atenção da sua saúde, evitando qualquer tipo de
problema.
Fonte:www.dicasdemulher.com