O Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso nesta
quarta-feira pela Polícia Federal em sua casa, em São Paulo, em novo
desdobramento da operação Lava Jato.
Secretário de Finanças o partido, o petista nega
envolvimento no esquema de corrupção que atingiu a Petrobras nos últimos anos.
Vaccari vai ser deslocado pela polícia para Curitiba, que
conduz as investigações. Além de Vaccari, a PF cumpre um segundo mandado de
prisão em São Paulo.
Em fevereiro, tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi
ouvido pela PF sobre doações eleitorais.
No momento da prisão, Vaccari estava
tranquilo.
No último dia 9, Vaccari foi ouvido pela CPI da Petrobras na
Câmara dos Deputados em Brasília. No depoimento, ele defendeu as doações que o
partido recebeu de empresas investigadas pela Operação Lava Jato e admitiu ter
se encontrado com operadores do esquema de corrupção descoberto na estatal, mas
evitou explicar os contatos.
Ele havia obtido uma liminar na Justiça que o desobrigava de
falar a verdade, para não produzir provas contra si.
As doações ao PT estão sob suspeita porque, segundo o
Ministério Público Federal, foram uma forma de pagamento da propina que
empresas deviam ao PT para manter contratos com a Petrobras.
Delatores da Lava Jato afirmaram que Vaccari era encarregado
de recolher propina cobrada pela diretoria de Serviços da Petrobras. O diretor
na época era Renato Duque, que tinha o ex-gerente Pedro Barusco como
subordinado.
Barusco, que decidiu colaborar com as investigações, disse
que parte da propina ficava com ele e outra parte ia para o PT. Em depoimento à
CPI da Petrobras, o ex-gerente disse que ele e Duque se reuniam com Vaccari em
hotéis para tratar da propina.
Logo após depoimento de Barusco, a secretaria de Finanças do
PT divulgou nota contestando as acusações delo ex-gerente da Petrobras. Na
nota, o PT afirmou que "Barusco não apresentou nenhuma prova ou mesmo
indício que ligavam secretário João Vaccari Neto ao recebimento de
propinas". Dizia ainda que Barusco é um delator que "busca agora o
perdão judicial envolvendo outras pessoas em seus malfeitos".
Fonte: Folha de SP