Doentes do Areolino de Abreu estão saindo do hospital para
comprarem drogas do lado de fora, a denúncia é feita pelo médico Emanuel
Fontes, presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí. Essa situação se
agrava porque não existe mais manicômio judiciário e o hospital recebe presos
com doenças psiquiátricas. Além disso, existe o problema de pessoas que não
cometeu nenhum crime e depende do hospital para fazer tratamento, conviver com
apenados.
“Atualmente cerca de 40% dos pacientes internados no
hospital vindos do Sistema Prisional. São 160 ao todo, sendo que 63 são presos.
Grande parte deles, com o suspeito do homicídio. Como não tem condições de
segurança no Areolino, os presos saem as vezes para comprar droga e voltam ao
hospital”, denunciou.
Na última terça-feira (07/07), uma paciente do hospital fugiu e só
foi encontrada quase 24hs depois pela própria família. Os familiares reclamam
que não tiveram nenhuma assistência do hospital e, por esse motivo, eles
tiveram que sair pelas ruas procurando a paciente. Ela foi encontrada quase sem
roupa, na beira do rio Poty.
“Foi um momento de aflição enorme para gente, pois a
responsabilidade com os pacientes que estão internados é do hospital. Já
passamos um sofrimento grande com um familiar na situação que se encontra ainda
ter que passar por isso é demais. Ficamos totalmente desesperadas”, contou
Márcia de Oliveira, irmã da paciente que desapareceu.
No mês de junho, um paciente do hospital sofreu queimaduras
de terceiro grau. De acordo com a Secretaria de Saúde, ele deu entrada dia 2 de
junho, com um surto psicótico, mas não ficou internado porque não havia vaga.
Ficou em uma sala de observação e ateou fogo no próprio corpo. De acordo com a
Sesapi, ele tinha um isqueiro no bolso.
No dia 25 de maio um paciente foi assassinado dentro do
hospital foi o aposentado Luís Nazário Nascimento Roque, 42 anos. Ele estava
internado e teria sido morto por asfixia. O suspeito de cometer o homicídio, de
37 anos, seria um detento do Sistema Prisional que estaria no mesmo quarto da
vítima. Ele estava internado desde dezembro de 2013 por medida judicial.
Em maio o hospital vai completar 60 anos e os
problemas atualmente são os mesmos desse tempo todo de existência do local. No
mês passado os Conselhos Regional e Federal de Medicina realizaram
uma vistoria no hospital para detectar os principais problemas do local.
Fonte: G1