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Delegada diz que um dos menores ainda nega ter estuprado adolescentes e assumem terem matado o colega

terça-feira, 21 de julho de 2015
A delegada Thaís Paz, titular da Delegacia do Menor Infrator de Teresina, falou à reportagem sobre as investigações acerca da morte do adolescente Gleison Vieira da Silva, de 17 anos, executado dentro do Centro Educacional Masculino (CEM), de Teresina. Os acusados são os outros três menores apontados pela vítima como participantes do estupro coletivo de Castelo do Piauí.

Segundo a delegada, os menores de iniciais I.V.I, 15 anos, J.R.S, 16 anos e B.F.O, 15 anos, assumiram o crime e disseram que só mataram o colega devido à delação que o mesmo fez aos policiais civis no dia do crime.
Gleison foi o primeiro jovem a ser apreendido pela polícia ainda na madrugada do dia 28 de maio, poucas horas após terem amarrado, estuprado e agredido violentamente as quatro adolescentes em cima do morro do Garrote. Em um vídeo, o adolescente conta como foi realizado todo o crime.

Em seu depoimento, o menor I.V.I tentou mentir para a polícia e disse que só participou da morte de Gleison porque o mesmo o colocou em um crime que ele não teria participado. Pouco depois, os menores J.R.S e B.F.O assumiram que a morte já havia sido arquitetada desde os menores souberam que Gleison os delatara.

“Um deles disse que teriam iniciado uma discussão, os outros dois assumiram que realmente a intenção do trio era de matar o companheiro. A justificativa seria de que o jovem morto o teria incluído em um crime que ele não teria participado”, relata.
O menor foi morto enquanto estava dentro do banheiro do CEM com os outros três menores. O adolescente J.R.S, um dos mais fortes e com massa corporal desenvolvida, fruto do trabalho como ajudante de pedreiro, foi o responsável por dar uma gravata no pescoço de Gleison.
Após imobilizar e impedir que o mesmo gritasse por socorro, os outros dois menores, com corpo mais franzino, começaram a sessão de espancamento. Os chutes visavam a cabeça. Além de chutarem, eles batiam a cabeça da vítima contra o chão do local. Gleison sofreu afundamento de crânio e morreu na hora.

A morte teria se dado na madrugada de sexta-feira (17). Segundo a direção do CEM, o jovem ainda chegou a ser atendido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A delegada confirmou que está sendo aberto um novo inquérito para investigar a morte.

JUIZ CRITICA A COORDENAÇÃO
O coordenador do CEM, Herbert Neves, disse em entrevista que antes dos menores serem deslocados do Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP) para o CEM, teria ocorrido uma conversa com os 80 internos do local.

A capacidade é de apenas 60 internos. Na ocasião, a direção orientou para que os menores pudessem receber de forma amistosa os infratores. No local teria ocorrido uma batida de grades durante cerca de 15 minutos, o que caracterizou a repulsa dos demais adolescentes recolhidos.

O juiz Antônio Lopes, titular da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina, disse que houve negligência por parte da direção do CEM, que deixou os menores no mesmo ambiente. Segundo ele, há semanas eles foram informados que os adolescente estavam ameaçando Gleison. Mesmo assim, nada foi feito para prevenir a execução do adolescente.

Fonte: O Olho