A Polícia Federal (PF) deflagrou a 15ª fase da Operação Lava
Jato na manhã desta quinta-feira (02/07) no Rio de Janeiro e em Niterói. Foram
cumpridos cinco mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão e um de
prisão preventiva.
O preso é o ex-diretor da área Internacional da Petrobras
Jorge Luiz Zelada.
O foco desta fase, conforme a PF, é o recebimento de
vantagens ilícitas no âmbito da diretoria da Petrobras. A operação foi batizada
de Conexão Mônaco. Os crimes investigados nesta fase são corrupção, fraude em
licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro,
segundo a PF.
O ex-diretor foi detido no Rio de Janeiro, em casa, e será
encaminhado para a carceragem da PF em Curitiba até o fim da tarde desta
quinta-feira, ainda de acordo com a PF.
Zelada foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos beneficiários do esquema de corrupção
na estatal. Pedro Barusco, o ex-gerente de serviços da Petrobras, também
mencionou Zelada ao explicitar a mediação de Renato Duque, que atuava na
diretoria de Serviços da estatal, no esquema de pagamento de propina.
Duque está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na
Região Metropolitana de Curitiba e Costa é delator do esquema e cumpre prisão
domiciliar no Rio de Janeiro.
Zelada foi o sucessor de Nestor Cerveró e atuou na área
Internacional da Petrobras entre 2008 e 2012. Cerveró também está preso no
Complexo Médico-Penal.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Jorge
Zelada teve 10 milhões de euros bloqueados por autoridades do Principado de
Mônaco. As autoridades de Mônaco também bloquearam o equivalente a cerca de R$
40 milhões de Zelada. A defesa do ex-diretor nega que ele mantenha ou tenha
mantido conta no exterior.
14ª fase
A 14ª fase da operação, chamada de 'Erga Omnes', foi
deflagrada no dia 19 de junho e cumpriu 59 mandados judiciais em SP, RJ, MG e
RS. A operação teve como alvo as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez e
prendeu os seus respectivos presidentes - Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de
Azevedo.
Outros dez investigados, a maioria executivos das duas
empresas, também foram presos na ação. Três deles tiveram a prisão temporária
vencida e foram soltos. Alexandrino de Salles, executivo da Odebrecht, teve a
prisão temporária convertida em preventiva.
Segundo a PF, há indícios concretos, com documentos, de que
os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que
levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de
propinas.
Os investigados são suspeitos de crime de formação de
cartel, fraude em licitações, corrupção de agentes públicos, lavagem de
dinheiro e evasão de divisas.
Fonte: G1