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Novo caso de estupro em Castelo e suspeito trabalha para PM investigado

terça-feira, 1 de setembro de 2015
Um novo caso de estupro foi registrado na tarde de ontem segunda-feira (31/08) em Castelo do Piauí, a 190 Km de Teresina. Desta vez, uma menina de 10 anos foi abusada sexualmente por um homem de 30 anos.

Segundo o chefe de investigação da Polícia Civil de Castelo Edson Lima, o suspeito trabalha como segurança da empresa de vigilância noturna do policial militar investigado por envolvimento no estupro coletivo contra quatro garotas em maio deste ano e também por incitar a violência na cidade. O homem está foragido.

"A mãe da vítima veio à Delegacia de Castelo na tarde de ontem denunciar que a filha tinha sido abusada e o suspeito era um amigo da família. A mulher contou ter deixado a criança em casa enquanto foi ao comércio e ao retornar viu o homem saindo da sua casa e a menina sagrando. Ao questionar sobre o que tinha acontecido, a menor relatou o estupro", informou .
Policiamento foi reforçado nas imediações do Fórum onde testemunhas serão ouvidas (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Para a polícia, a mãe relatou que o suspeito teria aliciado a criança até um local,tirou a roupa dela e manteve relações. Logo depois, o homem vestiu a menina e mandou ela voltar para casa, mas mandou ela não contar para ninguém do ato.

"Ao saber do caso as polícias civil e militar iniciaram diligências para capturá-lo. Fomos até a casa do irmão do suspeito, mas ao ver os policiais ele fugiu pelo matagal e a moto dele foi apreendida. Na noite de ontem recebemos a ligação de uma pessoa que se identificou como advogado do suspeito e informou apresentar o seu cliente nesta terça-feira", disse o sargento Antônio Gomes.

O chefe de investigação revelou ainda que a mãe e a criança foram encaminhadas para Teresina e os exames realizados comprovaram o estupro. O G1 entrou em contato com o advogado Anderson Cleber Sousa, que faz a defesa do policial militar investigado, mas não obteve retorno.

Policial investigado

Um policial militar é investigado pelo Ministério Público Estadual pelo possível envolvimento no estupro coletivo ocorrido em Castelo do Piauí. De acordo com o subcomandante da PM, Lindomar Castilho, o policial citado pelos três coautores do estupro também responde processo administrativo pela Corregedoria da Polícia Militar do Piauí, por suspeita de agenciar jovens infratores para cometer pequenos delitos em zonas onde a sua empresa de segurança noturna não atuava e assim incitar a violência na cidade .
Cesário de Oliveira, promotor do caso, falou sobre o reencontro das meninas (Foto: Amanda Dourado/G1)
Promotor Cesário investiga envolvimento de PM no estupro coletivo
O promotor de Justiça Cesário Cavalcante lembrou que o policial militar foi citado pelos três coautores do estupro durante audiência, por supostamente ter pago R$ 2,5 mil para Gleison Vieira da Silva acusar os outros menores. A denúncia teria motivado a morte do adolescente no Centro Educacional Masculino (CEM).

No documento da defesa, o policial também é apontado como proprietário de uma rádio e um portal de notícias em Castelo do Piauí. Conforme o subcomandante Lindomar Castilho, a Defensoria Pública alegou que o PM utilizava desses meios de comunicação para propagar a violência na região e que isto teria influenciado o crime ocorrido na cidade.

"O defensor cita no recurso que no portal e na rádio os profissionais contratados pelo PM anunciavam crimes às vezes desconhecidos pela população e faziam até intimidações para adversários políticos. Com isso, ele provocaria o terror na cidade e teria a sua transferência de volta para Castelo, já que ele havia sido mandando para Campo Maior", contou Castilho.
Subcomandante revelou acusações contra PM citado no caso de Castelo (Foto: Reprodução/Tv Clube)

Subcomandante revelou acusações contra PM investigado
No início do mês de agosto, quando o PM foi afastado pela Corregedoria, o promotor Cesário disse que a denúncia contra o policial apareceu durante a elaboração do processo, mas que essa tese não tinha consistência.

O advogado Anderson Cleber Sousa, que faz a defesa do policial militar, informou a equipe de reportagem que somente irá se posicionar sobre as acusações após o fim do inquérito administrativo.


Em entrevista concedida, anteriormente, Anderson Sousa, já havia afirmado que que seu cliente era inocente e que não existia nada que o ligasse ao estupro coletivo. “O Ministério Público denunciou e a Justiça sentenciou os jovens pelo crime. O que existe são boatos, então, não tem nada que vincule esse policial a esse fato que a imprensa está colocando”, disse.

Fonte: G1