Um novo caso de estupro foi registrado na tarde de ontem segunda-feira (31/08) em Castelo do Piauí, a 190 Km de Teresina. Desta vez, uma
menina de 10 anos foi abusada sexualmente por um homem de 30 anos.
Segundo o chefe de investigação da Polícia Civil de Castelo
Edson Lima, o suspeito trabalha como segurança da empresa de vigilância noturna
do policial militar investigado por envolvimento no estupro coletivo contra
quatro garotas em maio deste ano e também por incitar a violência na cidade. O
homem está foragido.
"A mãe da vítima veio à Delegacia de Castelo na tarde
de ontem denunciar que a filha tinha sido abusada e o suspeito era um amigo da
família. A mulher contou ter deixado a criança em casa enquanto foi ao comércio
e ao retornar viu o homem saindo da sua casa e a menina sagrando. Ao questionar
sobre o que tinha acontecido, a menor relatou o estupro", informou .
Para a polícia, a mãe relatou que o suspeito teria aliciado
a criança até um local,tirou a roupa dela e manteve relações. Logo depois, o
homem vestiu a menina e mandou ela voltar para casa, mas mandou ela não contar
para ninguém do ato.
"Ao saber do caso as polícias civil e militar iniciaram
diligências para capturá-lo. Fomos até a casa do irmão do suspeito, mas ao ver
os policiais ele fugiu pelo matagal e a moto dele foi apreendida. Na noite de
ontem recebemos a ligação de uma pessoa que se identificou como advogado do
suspeito e informou apresentar o seu cliente nesta terça-feira", disse o
sargento Antônio Gomes.
O chefe de investigação revelou ainda que a mãe e a criança
foram encaminhadas para Teresina e os exames realizados comprovaram o estupro.
O G1 entrou em contato com o advogado Anderson Cleber Sousa, que faz a defesa
do policial militar investigado, mas não obteve retorno.
Policial investigado
Um policial militar é investigado pelo Ministério Público
Estadual pelo possível envolvimento no estupro coletivo ocorrido em Castelo do
Piauí. De acordo com o subcomandante da PM, Lindomar Castilho, o policial
citado pelos três coautores do estupro também responde processo administrativo
pela Corregedoria da Polícia Militar do Piauí, por suspeita de agenciar jovens
infratores para cometer pequenos delitos em zonas onde a sua empresa de
segurança noturna não atuava e assim incitar a violência na cidade .
Promotor Cesário investiga envolvimento de PM no estupro
coletivo
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O promotor de Justiça Cesário Cavalcante lembrou que o
policial militar foi citado pelos três coautores do estupro durante audiência,
por supostamente ter pago R$ 2,5 mil para Gleison Vieira da Silva acusar os
outros menores. A denúncia teria motivado a morte do adolescente no Centro
Educacional Masculino (CEM).
No documento da defesa, o policial também é apontado como
proprietário de uma rádio e um portal de notícias em Castelo do Piauí. Conforme
o subcomandante Lindomar Castilho, a Defensoria Pública alegou que o PM
utilizava desses meios de comunicação para propagar a violência na região e que
isto teria influenciado o crime ocorrido na cidade.
"O defensor cita no recurso que no portal e na rádio os
profissionais contratados pelo PM anunciavam crimes às vezes desconhecidos pela
população e faziam até intimidações para adversários políticos. Com isso, ele
provocaria o terror na cidade e teria a sua transferência de volta para
Castelo, já que ele havia sido mandando para Campo Maior", contou
Castilho.
Subcomandante revelou acusações contra PM investigado
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No início do mês de agosto, quando o PM foi afastado pela
Corregedoria, o promotor Cesário disse que a denúncia contra o policial
apareceu durante a elaboração do processo, mas que essa tese não tinha
consistência.
O advogado Anderson Cleber Sousa, que faz a defesa do
policial militar, informou a equipe de reportagem que somente irá se posicionar sobre as
acusações após o fim do inquérito administrativo.
Em entrevista concedida, anteriormente, Anderson
Sousa, já havia afirmado que que seu cliente era inocente e que não existia
nada que o ligasse ao estupro coletivo. “O Ministério Público denunciou e a
Justiça sentenciou os jovens pelo crime. O que existe são boatos, então, não
tem nada que vincule esse policial a esse fato que a imprensa está colocando”,
disse.
Fonte: G1