O processo contra Adão José de Sousa, 40 anos, acusado de
ser o mentor do estupro coletivo na cidade de Castelo do Piauí, está parado
porque a defensor público entrou com um recurso pedindo o afastamento do juiz
Leonardo Brasileiro do caso. A defesa alega que magistrado é suspeito para
julgar o caso porque citou o nome do acusado no processo que culminou com a
condenação de quatro adolescentes. A equipe de reportagem tentou contato com o
juiz, mas ele não foi encontrado para comentar o caso.
“Ele alega que o nome do acusado foi citado pelo juiz no
momento em que foi proferida a sentença condenatória dos menores, e que isso
demonstra a imparcialidade do juiz para continuar no caso”, disse Cesário
Cavalcante, promotor de acusação do caso.
Segundo o promotor, o juiz Leonardo Brasileiro já se
manifestou e afirmou ser competente para continuar com o caso. “Esse foi mais
um recurso que a defesa fez para poder atrasar o julgamento do suspeito. E
enquanto o Tribunal de Justiça do Piauí não julgar esse recurso, o processo
contra o Adão vai ficar parado”, afirmou Cesário Cavalcante.
O promotor disse que caso o Tribunal de Justiça acate o
pedido da defensoria, um novo juiz será designado para assumir o processo.
“Tudo isso só faz com que o julgamento dele seja protelado por mais tempo”,
concluiu o promotor.
MP pede 151 anos de prisão para Adão
Adão José é acusado de violentar e abusar sexualmente das
meninas e arremessá-las do alto do penhasco com cerca de 10 metros de altura,
crime ocorrido em 27 de maio na cidade de Castelo do Piauí. O Ministério
Público pediu pena máxima de reclusão que somada pode chegar a 151 anos pelos
crimes de estupro, feminicidio, tentativa de homicídio, associação criminosa e
corrupção de menores.
PM é investigado por incitar violência
Um policial militar citado pelos três adolescentes
condenados pelo estupro coletivo em Castelo do Piauí foi afastado no início do
mês de agosto do 15º Batalhão e responde a um procedimento administrativo na
Corregedoria da PM. Ele é investigado por
suspeita de agenciar jovens infratores para cometer pequenos delitos em zonas
onde a sua empresa de segurança noturna não atuava e incitar a violência na
cidade.
O advogado Anderson Cleber Sousa, que faz a defesa do
policial militar, informou que somente irá se posicionar sobre as acusações
após o fim do inquérito administrativo. Em entrevista concedida anteriormente, Anderson Sousa, já havia afirmado que que seu cliente era
inocente e que não existia nada que o ligasse ao estupro coletivo.
“O Ministério Público denunciou e a Justiça sentenciou os
jovens pelo crime. O que existe são boatos, então, não tem nada que vincule
esse policial a esse fato que a imprensa está colocando”, disse.
Fonte: G1