O presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, desembargador Raimundo Eufrásio, decidiu que não anular o concurso do órgão, realizado no dia 20 de dezembro de 2015. A informação foi anunciada na manhã de ontem, terça-feira (30/03), durante coletiva de imprensa.
O presidente declarou ainda que até o final do dia será divulgado o resultado preliminar do certame.
Questionado se o fato da polícia indiciar 11 pessoas não macula a lisura do certame, Eufrásio respondeu: “Não há elementos para anular o concurso, porque as pessoas foram identificadas e elas não fazem parte do elenco dos que vão ser convocados”, declarou.
O presidente da Comissão do concurso do Tribunal de Justiça, José Airton Medeiros, disse que “hoje não há elementos para se conjecturar que haja mais pessoas envolvidas. A polícia civil fez um trabalho minucioso junto com a Fundação Getúlio Vargas e chegaram a essas pessoas. Aproximadamente 50 pessoas estão envolvidas e serão eliminadas”.
Entenda o caso
Durante a realização do certame em Teresina, no dia 20 de dezembro, quatro candidatos foram presos após serem flagrados utilizando aparelhos celulares no momento da prova. Um menor de 17 anos também foi apreendido. Os presos foram identificados como: Evelyn Mariane Oliveira Ferreira, Francisco Ivanderson Alves da Silva, Wallace Araújo Reis e Bárbara Brenalle Teles de Oliveira.
Na manhã do dia 10 de março, Policiais do Grupo de Repressão ao Crime Organizado – GRECO, através da Secretaria de Segurança Pública, deflagraram a Operação Veritas, com finalidade de desarticular uma organização criminosa que tentou fraudar o concurso do Tribunal de Justiça e o da prefeitura de Capitão de Campos. Entre os envolvidos estão advogados, policiais civis, agentes penitenciários e um agente do Departamento Municipal de Trânsito de Timon.
Os candidatos que se sentiram prejudicados colheram assinaturas pedindo a anulação da prova. O documento havia sido encaminhado ao desembargador Raimundo Eufrásio Alves Filho.
No último dia 23, a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou 21 pessoas. O delegado Kleydson Ferreira ainda acrescentou que a quadrilha não agia apenas no Piauí. “Essa quadrilha atuava além de em Teresina, também em outros estados como o Maranhão e o Ceará”, afirmou Kleydson Ferreira.