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Mãe de menina intoxicada em suposto ritual de magia depõe ao Conselho Tutelar

terça-feira, 26 de abril de 2016
Ontem segunda-feira (25/04), a mãe da menina que ingeriu um líquido misterioso em um suposto ritual religioso foi depor ao 4º Conselho Tutelar, na zona Leste de Teresina. Ana Cléia Silva, como é chamada, estava acompanhada do seu advogado, Leonel Vieira, de um representante de uma federação espírita, além de alguns integrantes da comunidade Flor do Campo, onde supostamente aconteceu a intoxicação. As informações são da TV Cidade Verde.
Conselheira tutelar Socorro Arrais diz que a mãe da criança está fragilizada / Foto: Reprodução
A conselheira tutelar Socorro Arrais explica à imprensa o que foi coletado no depoimento. De acordo ela, a mãe da criança hospitalizada confirma que participava dos rituais e que levava a filha à congregação, mas nega que o líquido ingerido pela menina tenha partido do centro religioso.

Para a conselheira, em depoimento, a mãe afirmou que em nenhum momento foi negligente. “E ela diz que não foi negligente com a filha e que ela mesma foi quem mandou o líquido para o hospital, através de uma sobrinha”, esclarece.

Sobre as lesões em forma de cruz encontradas na criança, de acordo com o depoimento, Socorro Arrais, conselheira tutelar, afirma que a mãe da garota não falou sobre o assunto, mas deu uma explicação breve, afirmando que as cicatrizes seriam uma espécie de purificação.

ENTRADA NO HOSPITAL

De acordo com as informações do Conselho Tutelar, a mãe foi quem deu entrada no hospital do bairro Satélite, zona Leste da capital. Como o quadro da criança se agravou, a menina foi encaminhada ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT). “Quem deu entrada no HUT com a criança foi a mãe. Depois foi que começaram as cogitações e ela, com medo de represália, passou a viver em outra residência com os familiares”, destaca.

MEDO DE REPRESÁLIAS

Questionada sobre qual motivo Ana Cléia não visitava a filha, a mãe da criança respondeu que temia sofrer represália, já que o pai da paciente estava ameaçando-a. “A gente vê que ela está fragilizada. Perguntei porque que ele não estava indo visitar. E ela disse que é porque ela tinha medo porque o ex-esposo dizia que se ela fosse visitar a filha as pessoas podiam fazer algum tipo de represália a ela”, conta Socorro.

O 4º Conselho Tutelar da zona Leste de Teresina expõe o medo da mãe em sofrer agressões por parte de populares e da família paterna da criança. “Todas as vezes que tentou visitar a filha, o pai sempre dizia que, se ela fosse, ia botar os mototaxistas”, diz.

A representante do conselho tutelar esclarece que as ameaças do pai são ilegais e que a mãe tem todo direito de visitar a filha hospitalizada.

COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO

De acordo com o depoimento, a mãe declarou que o líquido ofertado à filha era feito com açúcar e algumas folhas, popularmente conhecido como lambedor. A respeito disso, Socorro esclarece que ainda não se pode julgar se o líquido em questão foi o responsável pelo envenenamento, mas que o caso vai continuar com uma visão diferenciada.

Ana Cléia, que é lavadeira de roupas, não quis prestar esclarecimentos à reportagem.

Fonte: Cidade Verde