O Tribunal de Justiça do Piauí divulgou ontem, segunda-feira (18) a homologação do resultado final do concurso público para o provimento das vagas e cadastro de reserva do poder judiciário do Piauí. O certame foi investigado por fraude pela Polícia Civil, que chegou a indiciar 21 pessoas, sendo que 12 continuam presas por organização criminosa.
O presidente do órgão, desembargador Erivan Lopes, destacou que a homologação teve como base a conclusão dos trabalhos de realização do concurso e a decisão proferida pelo Pleno do Tribunal de Justiça, na sessão ocorrida no dia 30 de junho deste ano. A lista completa dos candidatos aprovados foi publicado no Diário da Justiça e no site da banca examinadora Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo o TJ, a partir da homologação publicada, a administração da casa está autorizada a contratar, dentro de suas necessidades e do prazo previsto no edital, todos os servidores aprovados para as vagas.
Ao G1, o presidente Erivan Lopes adiantou que as contratações inicialmente serão para as áreas prioritárias, como tecnologia e auditoria.
"Os demais candidatos vamos chamar dentro das demandas e após a reorganização judiciária e deslocamentos verticais, que são as remoções”, explicou o presidente do TJ-PI.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, o concurso do TJ foi alvo de uma organização criminosa muito bem articulada, com diversos membros, na qual cada um fazia um papel específico como negociar o gabarito, convocar pessoas para responder as provas, entre outros serviços.
Esquema criminoso
O delegado geral da Polícia Civil, Riedel Batista, informou que as 12 pessoas presas durante a operação em março deste ano são consideradas os cabeças da quadrilha e têm envolvimento direto com as fraudes. Entre elas, está o policial civil que passava informações ao grupo e funcionários públicos sobre as investigações. Já entre os que vão responder ao processo em liberdade estão candidatos detidos no dia do concurso e durante a investigação.
Os candidatos pagavam de R$ 800 a R$ 1mil para ter acesso ao gabarito. Com a aprovação, eles teriam que pagar até 10 vezes o valor do salário.
Como resultado da investigação, 21 pessoas foram indiciadas. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), organizadora do certame, foi autorizada pelo TJ a eliminar 50 candidatos beneficiados direta ou indiretamente pelo esquema fraudulento.
Fonte: G1