Diante da incerteza quanto à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, na disputa pela presidência em 2018 e após o resultado negativo do PT nas últimas eleições, o grupo político do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), está negociando com os governadores petistas a migração deles para outros partidos. Entre os gestores cotados para integrar o projeto presidencial de Ciro, está o nome do governador do Piauí, Wellington Dias. A informação é do site Estadão.
Em Fortaleza, Ciro conseguiu eleger seu candidato Roberto Cláudio (PDT). No primeiro turno, a candidata do PT, a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), teve 15% dos votos e não chegou ao segundo turno.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT) busca integrar o projeto de Ciro através do PSB. Ele já conversou com o presidente do partido, Carlos Siqueira, e aguarda uma definição do cenário eleitoral para tomar a decisão. Questionado, Santana desconversou sobre a possibilidade de deixar o PT. “Na vida, não podemos descartar nenhuma decisão”, disse.
A ideia de interlocutores de Ciro é que, a partir do estado do Ceará, outros governadores ingressem na campanha de Ciro Gomes. O próprio Santana se reuniu com Wellington Dias e Rui Costa (Bahia) para ‘oficialmente’, discutirem a conjuntura política. Mas um dos assuntos abordados no encontro, segundo Estadão, foi à saída de ambos do PT.
A principal preocupação dos governadores petistas é de não conseguir se reeleger em 2018, diante da crise que o partido vive e do sentimento antipetista, evidenciado nas urnas com o pior desempenho da legenda em eleições municipais nos últimos 20 anos.
O deputado Marcelo Castro negou que o governador Wellington Dias tenha a pretensão de deixar o partido. “Pelo contrário, ele tem dado sinais de defesa do PT, do ex-presidente Lula”, disse o deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI), que foi ministro da Saúde durante o governo Dilma.
Os aliados do governador da Bahia também negaram a possibilidade. “Não vi nenhum vestígio remoto disso ainda. Acho improvável. O Rui é um dos fundadores do PT, é do grupo do (ex-ministro) Jaques Wagner”, afirmou o líder do PT na Câmara, Afonso Florence. Por meio de sua assessoria, Costa negou a intenção de deixar o partido.
Na Câmara dos Deputados, o partido se prepara para uma possível debandada de parlamentares para outras siglas. Estima-se que até 40 dos 58 parlamentares do partido avaliam a saída da legenda. Segundo apurou o Estado, o PDT tenta atrair a maior parte deste grupo que estaria insatisfeito.
Fonte: www.gp1.com.br