Se uma empresa não inova ela fica para trás e morre. Se inova, pode ser devorada por oportunistas e ladrões de conteúdo.
Essa é "arapuca" em que a Claro e outras grandes operadoras do mundo se meteram desde a introdução da IPTV (Internet Protocol Television).
É por esse sistema que boa parte das operadoras de TV e de streaming transmitem seus conteúdos mundo afora. E os piratas e surrupiadores de conteúdo alheio não estão desatentos às chances de lucro. Se já havia roubo de conteúdo analógico, o mundo digital só piorou as coisas.
Em reunião em que comentou seus resultados ontem, no México, a Claro revelou uma queda de 16% em seu lucro em relação ao ano passado. A receita caiu 2,6%. A fuga de assinantes continua.
A única coisa que cresceu foi a pirataria.
Como esta coluna já havia publicado no final do ano passado, o Brasil é hoje o país que mais faz pirataria de IPTV e online no mundo.
A empresa estima que, desde que lançou a IPTV no Brasil, a pirataria de conteúdo mais que triplicou, na comparação com dois anos atrás.
Enquanto a pirataria fatura alto, as assinaturas "oficiais" despencam no Brasil: em, doze meses a queda de receita foi de 12,5.
Pior: não há nenhuma fórmula à vista que vislumbre solucionar isso.
Como esta mesma coluna já publicou em maio, o número de usuários de serviços pirata já se aproxima rapidamente do nº de usuários legalizados.
Apesar das forças-tarefa formadas por PF, PRF, Ministério Público e Receita Federal no combate ao contrabando e venda de aparelhos (boxes) que permitem a pirataria, aparentemente o mercado pirata está vencendo a batalha e vendendo muito mais aparelhos do que as autoridades consigam confiscar.