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'Round 6' reflete sociedade 'bestial' da Coreia do Sul, diz site de propaganda norte-coreano

quarta-feira, 13 de outubro de 2021


Site de propaganda da Coreia do Norte diz que série de sucesso expõe a realidade da cultura capitalista sul-coreana, onde a "corrupção e canalhas imorais são comuns"

SEUL. Um site de propaganda norte-coreano fez uma publicação nesta terça-feira (12) afirmando que o sucesso internacional da Netflix, "Round 6" (Squid Game, no nome original em inglês), expõe a realidade da cultura capitalista sul-coreana, onde a "corrupção e canalhas imorais são comuns".

O portal Arirang Meari da Coreia do Norte cita, sem identificá-los, supostos críticos de cinema sul-coreanos que teriam dito que a série mostra uma "sociedade desigual onde pessoas sem dinheiro são tratadas como peças de xadrez para os ricos".

Feito na Coreia do Sul, o thriller de nove episóio no qual competidores sem dinheiro participam de jogos infantis mortais na tentativa de ganhar 45,6 bilhões de wons (cerca de 38 milhões de dólares) se tornou uma sensação mundial desde que foi lançado em setembro.

"A série faz as pessoas perceberem a triste realidade da sociedade bestial sul-coreana, na qual os seres humanos são levados à extrema competição e sua humanidade vai sendo exterminada", diz o artigo.

A Coreia do Norte impõe multas pesadas ou prisão para qualquer um que seja pego desfrutando de entretenimento sul-coreano ou copie a maneira como os sul-coreanos falam, enquanto o líder Kim Jong Un intensifica uma guerra contra influências externas e pede melhoras no entretenimento local.

Uma nova lei abrangente de “pensamento anti-reacionário” foi imposta no final do ano passado, incluindo até 15 anos em um campo de prisioneiros para aqueles capturados pela mídia da Coreia do Sul, de acordo com resumos das regras obtidos pelo Daily NK, um site de Seul que reporta através de fontes internas do pais vizinho.

A cultura sul-coreana é rotineiramente criticada na Coreia do Norte. Em março, o site Arirang Meari disse que as estrelas do K-pop eram tratadas como “escravas” por grandes empresas e viviam uma “vida miserável” no sul.

Em fevereiro de 2020, um jornal pró-Coreia do Norte baseado no Japão elogiou o filme sul-coreano vencedor do Oscar, "Parasita", por expor "totalmente a realidade" da desigualdade entre ricos e pobres na Coreia do Sul.