Imagens de um celular da Xiaomi que pegou fogo estão repercutindo na internet. Nelas, o administrador de empresas Ehtoni Arruda mostra como o seu aparelho, um Redmi Note 7, ficou após pegar fogo e explodir.
As imagens compartilhadas por ele impressionam. O smartphone aparece bem danificado, com alguns pedaços derretidos. Por sorte, ele diz não ter se machucado muito diante do ocorrido.
"Me queimei um pouco nos dedos, só. Mas o pior foi o susto. (...) [O celular] estava no móvel do quarto, pensei que tivesse sido a TV. (...) Não estava carregando, eu carreguei pela manhã e estava tudo bem até pouco tempo", descreveu, em uma sequência de postagens.
O celular de Arruda pegou fogo no dia 3 de novembro, de acordo com as publicações. Ele foi procurado pela reportagem, mas até a publicação desse texto não havia retornado.
A Xiaomi, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou a Tilt que tomou conhecimento da explosão e que recebeu o relato do cliente por meio do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor).
O modelo Redmi Note 7 é um smartphone que foi lançado em 2019 e se popularizou no Brasil. Ao responder perguntas dos seguidores, o internauta explicou que o celular estava em cima de um móvel no quarto quando começou a fazer um barulho e explodiu.
O aparelho não estava conectado a carregadores, uma situação que é comum nesse tipo de ocorrência envolvendo fogo e possíveis explosões. Dados mais recentes da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) mostram que, em 2020, o Brasil registrou 17 incêndios com origem em sobrecarga de aparelhos celulares.
Outro celular da Xiaomi pegou fogo
O caso do cliente com Redmi Note 7 em chamas não foi o único recente. Uma outra internauta respondeu na publicação de Arruda que possuía o mesmo modelo da Xiaomi e que ele também pegou fogo.
O caso, segundo ela, ocorreu quase dois meses antes. Imagens do estrago também foram compartilhadas na sequência de tuítes.
Ambos se impressionaram com a coincidência de serem vítimas do mesmo tipo de acidente a partir de modelos iguais de smartphone. Além disso, os aparelhos foram comprados no mesmo período, aproximadamente dois anos.
Xiaomi analisa cada caso
Em nota enviada a Tilt, a Xiaomi também informou que recebeu esse segundo relato de cliente em seu SAC.
A empresa cita que a equipe técnica analisa o que pode ter provocado os acidentes em cada um dos casos.
"O procedimento para esse tipo de incidente, por serem casos isolados, é entender com o cliente toda situação, por exemplo, se houve alguma anormalidade prévia ou comportamento do aparelho fora do comum", disse a empresa, que não soube informar se ambos estavam na garantia e quais os procedimentos os clientes devem adotar em casos do tipo.
"A Xiaomi reitera que segurança e confiabilidade são pontos de partida na fabricação de seus gadgets. Por fim, a marca se solidariza com os clientes e reitera o respeito e compromisso de prestar todo apoio necessário", completou.
Como prevenir acidentes
Independentemente da marca e modelo do celular, não dá para descartar que acidentes domésticos podem ocorrer com eletrônicos. As chances não são altas, segundo especialistas do setor. Contudo, existem algumas estratégias que ajudam na prevenção de acidentes.
"Não é para ter neura, porque casos do tipo são considerados atípicos, tendo em vista a quantidade de celulares usados no mundo e a pouca quantidade de incidentes semelhantes", afirma Marcelo Zanateli, professor de engenharia elétrica do Centro Universitário da FEI.
"Se o usuário segue os cuidados básicos de segurança, a chance de algo assim ocorrer é praticamente nula", acrescenta.
Durante o uso, alguns smartphones podem dar sinais de que algo não está indo bem em sua parte física, e isso não deve ser ignorado. "Recomendamos prestar atenção se o celular vem esquentando repentinamente", exemplifica a especialista técnica Letícia Bufarah, da startup Leapfone, que atua no ramo de telefonia celular.
Segundo ela, é importante procurar atendimento especializado quando o aparelho dá esse tipo de sinal.
Celular esquentando demais pode ser um indicativo de que ele não dá conta de resfriar seus componentes internos durante o uso, o que pode afetar a bateria (uma das responsáveis por eventuais explosões).
Tilt lista a seguir algumas dicas de como se prevenir:
Use sempre baterias e carregadores originais da fabricante do celular;
Revise a cada cinco anos a instalação elétrica da sua casa ou escritório;
Evite deixar o celular carregando dentro de gavetas e caixas ou em cima de objetos inflamáveis;
Não toque no celular carregando com as mãos molhadas;
Não carregar o celular no banheiro ou em local que possa haver respingos de água;
Na hora de plugar o carregador na tomada, não toque nas partes metálicas. Isso pode evitar choques;
Evite atender ou fazer ligações enquanto carrega o celular;
Não use benjamins (ou tês), extensões, adaptadores de tomada e outras "gambiarras" ao carregar o celular;
Não carregue o celular em ambientes com vapor ou risco de molhar (banheiro);
Não puxe o carregador pelo cabo para tirá-lo da tomada, rompendo fios internos;
Carregadores comprados no exterior podem não ser compatíveis com a rede elétrica brasileira;
Não coloque objetos pesados em cima do cabo do carregador, nem torça demais o item;
Não usar acessórios que não são originais de fábrica ou de aparelhos diferentes;
Da tomada para dentro, buscar verificar as instalações do imóvel para não causar acidente até mesmo com outros eletrodomésticos ou eletroeletrônicos.
Fonte: Tilt Uol