Quando o uso da Coronavac foi autorizado para crianças acima de 6 anos, em janeiro, o Butantan pleiteava a liberação a partir dos 3 anos de idade. A Anvisa, no entanto, avaliou naquela época que os dados apresentados pelo Butantan ainda eram insuficientes para liberar o uso em crianças mais novas.
Em março, a agência recebeu novo pedido do Butantan para incluir a faixa etária de 3 a 5 anos na indicação da vacina Coronavac. Em junho, a agência recebeu dados adicionais sobre a vacina, que devem ser avaliados agora para uma nova decisão.
Também foram consultadas sociedades médicas e pesquisadores ligados ao projeto de pesquisa Curumim, que testa a eficácia da Coronavac em crianças e adolescentes. A pesquisa é realizada pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo, com apoio da Fiocruz, do Instituto Butantan e da Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo.
A reunião desta quarta-feira com a diretoria da Anvisa será realizada a partir das 14h30 e transmitida no canal da agência no YouTube.
A vacinação de crianças é vista por sociedades médicas como uma estratégia importante para evitar quadros graves de covid-19 nesta faixa etária. Levantamento realizado pelo Observatório da Primeira Infância, da Fiocruz, identificou a morte de duas crianças menores de cinco anos pela covid-19 por dia no Brasil, desde o início da pandemia. Nos últimos meses, grupos de pais organizados nas redes sociais vêm cobrando celeridade para a aprovação da vacina.
A vacinação de crianças menores de 5 anos já ocorre em outros países, como os Estados Unidos, que liberaram o uso emergencial das vacinas da Moderna e da Pfizer em bebês a partir de 6 meses de idade. No Chile, a Coronavac é aplicada desde dezembro do ano passado em crianças a partir de 3 anos. China e Hong Kong também aplicam a Coronavac em crianças menores de cinco anos.
Fonte: Estadão Conteúdo