O sistema funciona como uma espécie de cérebro, que integra as informações encaminhadas pela Caixa Econômica Federal, pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Caso a integração não funcione, os filtros que verificam os critérios de elegibilidade das mais de 40 milhões de famílias inscritas no Cadastro Único ficam prejudicados. “Há indício de que inscritos que atendem aos critérios ficaram de fora. Ao mesmo tempo, pode haver quem tenha recebido os recursos sem atender a esses mesmos critérios”, avaliou o ministro.
As informações, no entanto, não foram perdidas. “Estamos recuperando esses dados com os parceiros, mas operações que eram realizadas em minutos agora levam muito mais tempo, porque é preciso coletar informações em diversas fontes”, destacou Dias.
O funcionamento da ferramenta em condições precárias eleva os riscos de perda de informações, gerando atrasos operacionais, e compromete até mesmo o atendimento de demandas de controle externo. Também ficam prejudicados os estudos, dados estatísticos, projeções e planejamento de novas políticas de atendimento à população mais vulnerável. O episódio está sendo investigado pela Controladoria Geral da União (AGU).
Em abril de 2022, técnicos da pasta já haviam apontado que os equipamentos utilizados na operação estavam ultrapassados: alguns componentes estavam em uso há mais de dez anos, outros haviam sido, inclusive, descontinuados. Segundo documentação interna, não houve qualquer providência da gestão anterior, mesmo ciente de relatório técnico que apresentava defasagem nos equipamentos. O ministério ficou sem contrato de suporte e manutenção do sistema vigente desde junho.
Para resolver o problema e aprimorar a qualidade das informações contidas no Cadastro Único, a pasta prepara um contrato emergencial para assegurar manutenção constante e garante que o sistema voltará a funcionar normalmente nos próximos dias.
Fonte: A10 Mais