A Polícia Técnico Científica da Secretaria de Segurança Pública do Piauí concluiu o exame pericial para a verificação de danos nos restaurantes Vasto e Coco Bambu que foram destruídos durante uma explosão provocada após aproximadamente três horas de vazamento de gás, em dezembro de 2022.
O laudo, concluido na terça-feira (7), é considerado inconclusivo, traz três hipóteses e aponta também para omissão por parte dos colaboradores que estavam no momento da explosão. A primeira a ser considerada é uma possível falha em reguladores de pressão que têm como função reduzir a pressão dos botijões de gás; falha em equipamento por má instalação como por falha de fabricação e/ou de operação; e por último a ação de um felino que foi visto transitando pela cozinha durante horário compatível com o início dos vazamentos.
"A hipótese mais provável da causa da explosão sido provocada por vazamento de gás na rede secundária da cozinha do Restaurante Vasto, oriundo ou de defeito ou no regulador de gás ou no equipamento ou por ação direta de acionamento, onde houve saturação da massa de gás no ambiente e a ignição ocorreu, positivamente, por contato com faísca elétrica gerada ao toque de um interruptor de acionamento de exaustor", apurou a Polícia Técnico Científica.
A explosão ocorreu em 21 de dezembro de 2022 e teve grande dimensão. A destruição atingiu, inclusive, áreas comerciais e residências em um raio de alcance da onda de choque de 105,0 m desde o epicentro, a cozinha do restaurante Vasto.
Os trabalhos periciais e complementares no local da explosão foram realizados durante dois dias, em janeiro deste ano, após a retirada de entulhos e destroços devido aos risco de desmoramento. O exame pericial traz como relator o perito criminal José Ribeiro de Oliveira e como auxiliares e revisores os peritos crimininais Marcos Antônio Pinheiro de Vasconcelos e Denise Regina Alves do Rego Barradas. O caso é investigado pelo 12º Distrito Policial comandado pelo delegado Ademar Canabrava
VEJA DETALHES DAS HIPÓTESES APRESENTADAS PELA POLÍCIA TÉCNICO CIENTÍFICA
HIPÓTESE 1- Falha no regulador de 1º estágio: uma falha no regulador poderia ter acarretado um alta pressão na rede primária, consequentemente forçando o aparecimento de vazamentos na mesma ou nos reguladores de 2º estágio, podendo ter passado uma pressão superior a regular e tendo originado o vazamento de gás.
Sobre a primeira hipótese, os peritos relatam que, até o momento, não foi possível realizar testes e exames no regulador, já que o mesmo não fora disponibilizado. "Na data do levantamento não fora possível a sua remoção, já que o mesmo estava instalado na central de gás e que seria necessário para ser removida a utilização de ferramentas especificas e técnico especializado para evitar novo vazamento e/ou defeito no equipamento, ficando acordado de após a sua retirada fosse encaminhado para o Instituto de Criminalística, fato que foi enviado por duas vezes mas constatado que não seria o regulador original que estava na casa de gás no dia do fato", diz o laudo.
HIPÓTESE 2- falha em equipamento, não podendo ser descartada a falha em um equipamento, tanto por má instalação como por falha de fabricação e/ou de operação. "Contudo como já retromencionado pela força de explosão e o estado das coisas encontradas após os serviços de remoção não fora possível uma análise mais apurada dos equipamentos", diz o laudo.
HIPÓTESE 3- intervenção direta no equipamento provocada pela ação do felino, gato doméstico, que transitava pela cozinha durante horário compatível com o início dos vazamentos. "O felino possuía porte e tamanho suficiente para acidentalmente acionar um equipamento que utilizava gás, como um fogão industrial por exemplo, e também havia a possibilidade do mesmo ter arrancado alguma mangueira de alimentação interna de equipamentos que são presas por abraçadeiras de pressão", diz o laudo.
A perícia apontou ainda relação direta ao resultado da explosão com a ação humana.
"No caso do vigilante [...] deveria ter o conhecimento/capacitação mínima para noções de segurança e ação em casos de vazamento de gás e incêndio, no caso de vazamentos, a primeira ação recomendada é o fechamento do registro geral e afastar-se do local até a dissipação do gás no ambiente. No caso do auxiliar de manutenção, apesar de ter a ação correta de fechar o registro, este tem a ação equivocada de acionar o interruptor dos exautores o que causou a centelha de ignição", apontou a perícia.
O caso segue investigado pelo 12º DP. O Cidadeverde.com tenta contato com os responsáveis pelos restaurantes.
Fonte: Cidade Verde