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Por que os diagnósticos de autismo estão crescendo tanto?

domingo, 2 de abril de 2023


 A escritora Renata Formoso confessa que sentiu um alívio ao saber que seu filho Noah, que hoje tem sete anos, é autista.

“É óbvio que eu não desejava que ele tivesse o transtorno. Mas receber a confirmação desse fato funcionou como uma lanterna. Naquele momento, eu finalmente soube que teria uma luz para nos ajudar a trilhar esse caminho”, relata.

Renata vive em Londres, no Reino Unido, e diz que nunca havia reparado algo atípico no comportamento ou na forma com que Noah interage com o mundo.

“Ele sempre foi uma criança muito falante e não teve nenhum atraso no desenvolvimento. Porém, quando Noah tinha três anos e meio, a professora da creche veio conversar com a gente e nos orientou a procurar um neuropediatra”, conta.

Mas daí veio a pandemia de covid-19, e os planos de passar por uma avaliação médica tiveram que ser postergados por praticamente dois anos.

“Nesse período, eu comecei a ler bastante sobre autismo. Também passei a perceber vários sinais, como o fato de meu filho cantar bastante, como se toda a brincadeira precisasse de uma trilha sonora”, detalha.

Aos cinco anos, o menino finalmente conseguiu passar com o neuropediatra, que confirmou “oficialmente” o diagnóstico de autismo e garantiu aquela sensação de conforto citada por Renata.

“Foi um grande alívio entender que o Noah tem certos limites que precisam ser respeitados por nós, como mãe e pai, pelos familiares e pela comunidade. Percebi que todos passaram a ser mais pacientes — e isso não modificou em nada a criança maravilhosa que ele sempre foi.”

Embora cada paciente seja único e tenha as suas particularidades, a história de Noah está longe de ser única: todos os dias, diversas crianças são diagnosticadas com autismo em todo o mundo.

E os números mostram que a detecção desse transtorno do desenvolvimento, marcado por dificuldades de comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, está em franco crescimento.

Uma pesquisa recém-publicada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos revela que 1 a cada 36 crianças americanas com menos de 8 anos têm autismo.

Este trabalho, que é repetido a cada dois anos, revela uma tendência sólida de aumento nos casos: na edição anterior do levantamento, a taxa estava em 1 caso a cada 44 meninos e meninas.

Para ter ideia, no ano 2000, a prevalência era de 1 em 150 — e nos estudos preliminares da área, realizados ainda nos anos 1960, esse número era estimado em 1 a cada 2,5 mil.

Mas, afinal, por que o diagnóstico de casos de autismo cresce tanto? Embora não existam respostas definitivas para essa pergunta, especialistas suspeitam que a maior conscientização sobre o tema seja a principal explicação para o fenômeno. Saiba mais CLICANDO AQUI 


Fonte: www.bbc.com